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Guerra da Rússia-Ucrânia

Notícias do conflito entre Rússia e Ucrânia


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Em Kiev, chefe da ONU diz que 'guerra no século 21 é absurdo'

28/04/2022 06h39

Em sua primeira visita à Ucrânia desde o início da invasão russa, o secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), António Guterres, afirmou nesta quinta-feira (28) que "uma guerra no século 21 é um absurdo". Guterres esteve há dois dias em Moscou para tentar negociar com Vladimir Putin a evacuação de civis das regiões sob ofensiva russa.

Guterres falou à imprensa em Borodianka, cidade da periferia de Kiev ocupada pelos russos em março. Os moradores da região, onde muitas casas foram completamente destruídas, denunciam abusos dos militares russos neste período.

Em frente a prédios em ruínas, Guterres disse que conseguia imaginar sua família "em uma dessas casas destruídas e queimadas". "Vejo minhas netas correndo em pânico. A guerra é um absurdo no século 21, nenhuma guerra é aceitável no século 21", concluiu.

De lá, Guterres seguiu para Bucha, onde imagens de corpos de civis espalhados pelas ruas e com sinais de execução escandalizaram o mundo no início do mês. A Ucrânia denuncia crimes de guerra perpetrados pelo exército russo no local. O Tribunal Penal Internacional abriu uma investigação sobre o caso.

Em uma reunião na ONU na quarta, o procurador do tribunal internacional, Karim Khan, afirmou não haver dúvidas de que a Ucrânia é um "cenário de crime".

O secretário-geral da ONU aproveitou a visita para reforçar seu pedido a Moscou para que "coopere" com a investigação internacional sobre crimes de guerra na Ucrânia. "Quando vemos este local horrível, vejo como é importante ter uma investigação completa e estabelecer responsabilidades", disse o chefe da ONU.

Na última terça-feira (26), o chefe da ONU encontrou Vladimir Putin em Moscou para tentar negociar um cessar-fogo rápido para a retirada de civis das regiões leste e sul da Ucrânia, onde as tropas russas intensificam sua ofensiva.

Durante a tarde desta quinta, Guterres vai se encontrar com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

Batalhas intensas em Donbas

Há quinze dias as forças russas ampliam as ofensivas em Donbas, uma região mineira controlada por separatistas pró-russos desde 2014.

Ao menos, 59 ataques aéreos foram realizados na área contra alvos ucranianos, segundo informaram autoridades russas na quarta-feira.

A Ucrânia admitiu que os russos tomaram cidades na região de Kharkiv e de Donbas, apontando para a estratégia de Moscou de tentar anexar parte importante do território ucraniano.

Mapa Rússia invade a Ucrânia - 26.02.2022 - Arte UOL - Arte UOL
Imagem: Arte UOL

O ministro de Defesa ucraniano, Oleksiy Reznikov, advertiu a população que as próximas semanas serão "extremamente difíceis". Segundo ele, a Rússia "já consciente de sua derrota estratégica, tentará infligir o máximo de sofrimento possível" aos soldados ucranianos.

Em Kharkiv, a menos de cinco quilômetros da linha de frente, pelo menos três pessoas morreram e 15 ficaram feridas em bombardeios, segundo o governador Oleg Synegoubov.

Na cidade portuária de Mariupol, as tropas russas continuam a bombardear as unidades de resistência ucraniana perto da fábrica Azovstal, segundo o ministério da defesa ucraniano.

Dentro da fábrica, o comandante da 36ª Brigada de Fuzileiros em Mariupol, Sergei Volyna, fez um novo apelo por ajuda para sair do local. De acordo com ele, há 600 soldados feridos e centenas de civis escondidos.

"As pessoas vão morrer aqui (...) os civis estão morrendo conosco (...) a cidade está quase devastada a face da terra", implorou ele em uma mensagem veiculada no Telegrama.

(Com informações das agências de notícias)