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Guerra da Rússia-Ucrânia

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'Exército de m...': por que o magnata russo peitou Putin e xingou a guerra

Oleg Tinkov: o magnata russo que peitou Vladimir Putin na guerra - Maxim Chemetov - 7.jun.19 / Reuters
Oleg Tinkov: o magnata russo que peitou Vladimir Putin na guerra Imagem: Maxim Chemetov - 7.jun.19 / Reuters

Colaboração para o UOL

28/04/2022 04h00

Uma postagem com palavras ofensivas direcionadas ao presidente russo Vladimir Putin repercutiu nas redes sociais nos últimos dias. O autor era o ex-bilionário Oleg Tinkov, de 54 anos, que foi expulso da Rússia há poucos anos. Ele criticou o ataque à Ucrânia e apelou para que o Ocidente ajude a colocar um fim no que chamou de "guerra absurda" que não traz "NENHUM benefício".

"Ao acordarem de ressaca, os generais perceberam que têm um Exército de merda", publicou. "E como o Exército pode ser bom, se tudo mais no país é uma merda imensa no nepotismo e servilismo?"

E apelou: "Por favor, sejam mais racionais e humanitários", pedindo que "dê ao senhor Putin uma saída para ele livrar a cara e parar esse massacre".

Essa foi uma das críticas mais contundentes já feitas por um empresário russo sobre a guerra.

De acordo com ele, os funcionários do Kremlin estão "em estado de choque" porque não podem mais viajar de férias com os filhos para o Mediterrâneo, devido às sanções ocidentais impostas contra a Rússia pelo conflito na Ucrânia.

Quem é ele?

Tinkov fundou o Tinkoff Bank, em 2006. Ele deixou o cargo de presidente em 2020, mas ainda detém atualmente 35% das ações.

Em 2014, ele figurou na lista dos mais ricos na Rússia, ocupando a 15ª posição com uma fortuna era estimada em US$ 8,2 bilhões. Mas a guerra foi determinante para derrubá-lo da lista dos bilionários.

Este ano, o patrimônio líquido dele foi reavaliado em US$ 0,8 bilhão, consequência das sanções impostas à Rússia pela invasão à Ucrânia. Ele foi bloqueado no Reino Unido, que o acusou de receber benefício ou apoio russo.

O banco digital russo, preocupado com a repercussão e consequências da fala, veio a público deixar claro que não vai comentar a "opinião pessoal" do magnata, que já não toma decisões sobre as operações das empresas da marca Tinkoff.

"Ele não é um funcionário da Tinkoff, não está presente na Rússia há muito tempo e tem lidado com problemas de saúde nos últimos anos", ressalta o comunicado.

Além do banco, ele também investe em eletrodomésticos, cervejarias, restaurantes e fábricas de alimentos congelados. É conhecido também pelo ciclismo de estrada, atividade que se dedica desde a adolescência. Venceu várias competições e coleciona títulos no esporte.

O empresário é casado com uma estoniana, Rina Vosman, e tem três filhos. Em 2017, Tinkov renunciou sua cidadania americana.

Seu patrimônio inclui bens diversos, como uma aeronave, hotel, chalés de luxo, iates, navios.

Tinkov disse ainda que "os empresários tentam resgatar o que restou de suas propriedades", ao referir-se sobre as sanções impostas aos empresários russos.

Países europeus sancionaram centenas de pessoas e entidades russas e confiscaram iates de luxo pertencentes a oligarcas vinculados ao Kremlin, como a Espanha, a Itália, a França e a Alemanha.

Metade dos 20 homens mais ricos da Rússia já foi punida por Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia pela invasão do governo Putin à Ucrânia. Eles são os oligarcas, que enriqueceram e ganharam muito poder político após o colapso da União Soviética e hoje ocupam cargos chaves nas estatais e empresas que se relacionam com o líder russo.

Levantamento da Bloomberg aponta que as duas dezenas de bilionários russos tinham pelo menos US$ 200 bilhões antes de a guerra começar. Agora, parte deles teve seus bens congelados e foram proibidos de viajar. (Com agências internacionais)