Agência exige vistoria em usina nuclear bombardeada na Ucrânia
Em reunião do Conselho de Segurança da ONU, Rafael Grossi, chefe da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), alertou que a situação da central nuclear de Zaporíjia, controlada pela Rússia, no sul da Ucrânia, é grave.
Depois de um bombardeio na semana passada - sobre o qual Rússia e Ucrânia se acusam mutuamente - um novo ataque perto de uma área de armazenamento de material radioativo na usina foi registrado na quinta-feira (11).
Segundo o Energoaton, o operador das usinas ucranianas, o bombardeio de ontem foi realizado pelas tropas russas e danificou "vários sensores de radiação" da central, assim como "a estação de bombeamento de esgoto", observou a estatal ucraniana.
A companhia alerta que os ataques ocorreram perto de um reator e "nas imediações" de um depósito de substâncias radioativas".
"Atualmente, nenhuma contaminação foi detectada na usina e o nível de radioatividade é normal", afirmou Evguéni Balitski, chefe da administração civil e militar instalada nesta região do sudoeste da Ucrânia oriental ocupada pela Rússia.
Rafael Grossi fez um apelo para que uma missão da Agência Internacional de Energia Atômica seja enviada o quanto antes ao local. "Estou particularmente muito preocupado com a situação na central nuclear de Zaporijia e reforço que toda ação militar colocando em perigo a segurança nuclear deve parar imediatamente", disse.
"Consequências muito graves"
"Essas ações militares próximas de uma usina nuclear tão importante como essa podem ter consequências muito graves. Avaliando as informações mais recentes, os especialistas da AIEA consideraram que não há uma ameaça imediata para a segurança nuclear, mas essa situação pode mudar a qualquer momento. Peço que as duas partes cooperem com a AIEA e permitam uma visita aconteça logo que possível", completou o diretor-geral da instituição.
A França também manifestou sua preocupação com a situação da usina nuclear de Zaporíjia e pediu que a Rússia retire imediatamente suas tropas e ceda o controle do local à Ucrânia.
Na quarta-feira (10), o G7, grupo que reúne as sete democracias mais industrializadas do mundo, acusou Moscou de "colocar em risco" a região em torno da usina nuclear de Zaporíjia, ocupada por tropas russas, e exigiu a devolução da central à Ucrânia.
Analistas ouvidos pela RFI destacaram os riscos de um acidente nuclear que superaria a catástrofe de Tchernobyl, uma ameaça que o Exército russo estaria consciente.
Nesta quinta-feira (11), os Estados Unidos pediram que a Rússia cessasse todas as operações militares dentro e ao redor de usinas nucleares na Ucrânia e afirmaram que apoiam o pedido de Kiev por uma "zona desmilitarizada" em Zaporíjia, novamente bombardeada.
(Com informações da AFP)
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