Putin envia fragata com mísseis para intimidar Ocidente após morte de russos
Em uma reação que busca intimidar os ocidentais, que apoiam a Ucrânia, o presidente russo, Vladimir Putin, decidiu enviar uma fragata com mísseis hipersônicos para áreas sensíveis.
O Ministério da Defesa russo é cobrado a justificar o bombarbeio que causou a morte de um número ainda indefinido de soldados russos na Ucrânia. O comunicado oficial divulgado hoje afirma que telefones celulares "ilegalmente" utilizados pelos recrutas "permitiu ao inimigo rastrear e determinar as coordenadas da localização dos soldados para um ataque com mísseis", afirma um comunicado oficial da Defesa. Moscou já havia admitido, anteriormente, a morte de 63 soldados russos no bombardeio.
A escola técnica de Makiivka, bombardeada na noite do último sábado, foi totalmente destruída. O prédio ficava perto de Donestk, capital regional do Donbass, no leste da Ucrânia, área controlada por separatistas pró-Moscou. Quatro mísseis ucranianos teriam atingido o prédio, de acordo com o Ministério da Defesa da Rússia.
Algumas horas depois da divulgação desse comunicado, o presidente Vladimir Putin começou a esboçar uma resposta à humilhação sofrida pelo Exército russo. Putin participou de uma videoconferência, em Moscou, na qual revelou ter supervisiononado a partida de uma fragata equipada com os novos mísseis de cruzeiro hipersônicos Zircon. O líder do Kremlin fez o anúncio ao lado do ministro da Defesa, Sergei Shoigu, e do comandante da fragata "Almirante da Frota da União Soviética Gorshkov".
"Desta vez o navio está equipado com o mais recente sistema de mísseis hipersônicos Zircon, que não tem equivalente", disse Putin, em tentativa de intimidar os ocidentais. O ministro da Defesa detalhou que a fragata Gorshkov navegaria nos oceanos Atlântico e Índico e no Mar Mediterrâneo.
Familiares de soldados cobram satisfações
Familiares de soldados mortos, feridos ou desaparecidos depois do ataque à escola cobram satisfações das autoridades, enquanto proliferam as críticas aos sucessivos erros estratégicos do Exército da Rússia. Entre eles, o posicionamento de soldados em um edifício civil sem a proteção adequada, o que facilitou a sua identificação, e o armazenamento de munição no subsolo da escola, fator que agravou as explosões.
Semyon Pegov, um correspondente de guerra russo condecorado com a Ordem da Coragem pelo presidente Vladimir Putin, no final de 2022, questionou o Ministério da Defesa a respeito da justificativa dos celulares. A Ucrânia poderia ter sido capaz de localizar as tropas por meio de drones e inteligência, não necessariamente por meio de telefones celulares, disse ele, em mensagem publicada no aplicativo Telegram.
"A história dos telefones celulares não é muito convincente", escreveu o jornalista. "Falo isso raramente, mas este é um caso em que o melhor seria ficar calado até o fim da investigação", acrescentou o correspondente de guerra. Pegov também acredita que o número de soldados mortos no bombardeio da escola, a maioria recém-recrutados pelo Exército russo, seria bem superior ao que foi divulgado até agora.
"Infelizmente, o número de mortes continuará a aumentar. Os dados anunciados se referem aqueles que foram imediatamente identificados. A lista dos que faltam, infelizmente, é significativamente mais longa. Eu não posso divulgar as fontes, mas eu as considero confiáveis", acrescentou o jornalista no Telegram.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, que raramente comenta ataques militares ucranianos específicos, não fez qualquer menção ao bombardeio no pronunciamento que faz quase diariamente aos ucranianos no vídeo divulgado nesta terça-feira.
Blogueiros russos nacionalistas e alguns funcionários pró-russos na região acreditam que o número de mortes em Makiivka chega às centenas, embora outras fontes considerem essas estimativas exageradas.
Com informações da AFP
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