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Dois bilhões de pessoas podem ser expostas a calor mortal até 2100, alerta estudo

Onda de calor nos Estados Unidos em 2022 faz pessoas sofrerem com altas temperaturas - Spencer Platt/Getty Images
Onda de calor nos Estados Unidos em 2022 faz pessoas sofrerem com altas temperaturas Imagem: Spencer Platt/Getty Images

22/05/2023 15h49Atualizada em 22/05/2023 17h41

As políticas atualmente em vigor para tentar limitar o aquecimento global vão expor mais de um quinto da humanidade a um calor extremo e potencialmente mortal até o final deste século. A informação consta de um estudo científico divulgado nesta segunda-feira (22).

Segundo a pesquisa realizada pela universidade britânica de Exeter, a temperatura da superfície da Terra se encaminha a um aumento de 2,7°C até 2100 em relação à era pré-industrial. Isso deve levar dois bilhões de pessoas a enfrentar um calor sem precedentes, afirma o estudo publicado pela revista científica Nature Sustainability.

Os autores explicam que esse é um dos raros trabalhos que expõem o custo humano da urgência climática. Geralmente as pesquisas abordam o ângulo dos prejuízos financeiros, mas, neste caso, o número de pessoas que serão castigadas pelo fenômeno é alarmante.

"Precisaremos de uma remodelagem profunda da habitabilidade da superfície do planeta, o que poderia resultar potencialmente em uma reorganização em grande escala dos lugares onde as pessoas vivem", afirma Tim Lenton, que dirigiu o estudo.

De acordo com a publicação, os países que mais sofrerão com a situação são a Índia, a Nigéria e a Indonésia. Essas três nações serão majoritariamente expostas a um aumento de temperaturas que pode colocar a vida das pessoas em risco.

No entanto, segundo Lenton, limitando o aquecimento a 1,5°C - o objetivo mais ambicioso do Acordo de Paris de 2015 — o número de pessoas expostas seria reduzido a menos de meio bilhão. "Para cada acréscimo de 0,1°C acima dos níveis atuais, são 140 milhões de pessoas a mais que sofrerão com um calor perigoso", reitera.

Atualmente, o planeta já registra um aquecimento de cerca de 1,2°C devido à atividade humana, principalmente a utilização de combustíveis fósseis, como o carvão, o petróleo e o gás. O resultado já é sentido, com ondas de calor cada vez mais extremas, secas, incêndios florestais, entre outros.

Temperatura mortal

O parâmetro de "calor mortal" é determinado no estudo como uma média de temperatura anual de 29°C. Historicamente, a humanidade foi mais numerosa vivendo sob temperaturas mínimas médias em torno de 13°C (nas zonas temperadas) e máximas em torno de 27°C (em áreas tropicais).

Os riscos se acentuam em regiões próximas da linha do Equador. O clima pode ser mais perigoso, mesmo com um calor menor que em outras regiões, devido à umidade, que impede o corpo humano de se refrescar com a transpiração.

(Com informações da AFP)