Dezessete caminhões com ajuda humanitária entram em Gaza; Israel intensifica bombardeios

Como havia anunciado, Israel intensificou na noite de sábado para domingo (22) seus bombardeios na Faixa de Gaza. Apenas nas últimas 24 horas, 266 palestinos, incluindo 117 crianças, morreram no enclave em decorrência desses ataques, segundo balanço do Ministério da Saúde de Gaza. Mais 17 caminhões com ajuda humanitária para a população civil chegaram hoje ao território palestino, sob bloqueio de Israel, provenientes da passagem de Rafah, na fronteira com o Egito.

Poucas horas antes da chegada deste segundo carregamento de ajuda humanitária para os palestinos da Faixa de Gaza, cinco agências da ONU denunciaram uma situação humanitária "catastrófica" no pequeno território, com hospitais completamente sobrecarregados. Os 20 caminhões com víveres que cruzaram a passagem de Rafah no sábado (21) foram considerados insuficientes para aliviar o sofrimento de 2,4 milhões de palestinos, privados há duas semanas do reabastecimento de estoques de alimentos, remédios, água potável, combustível e eletricidade. 

A Índia informou ter enviado 38,5 toneladas de ajuda humanitária para a região do Sinai, no Egito, destinada aos civis palestinos. 

Na última noite, Israel bombardeou o sul da Faixa de Gaza. Veículos de imprensa palestinos evocam 11 mortos na cidade de Khan Yunis, onde se encontram parte dos brasileiros que aguardam para atravessar para o Egito pela passagem de Rafah, mas sem perspectiva de data, de acordo com o Itamaraty. 

O exército israelense afirma ter visado túneis utilizados pelo Hamas, mesquitas, centros de comando militar e depósitos de armas do movimento islâmico, para reduzir os riscos de sua futura ofensiva terrestre. 

Além da Faixa de Gaza, os aeroportos de Aleppo e Damasco, na Síria, estão fora de serviço depois de serem atingidos por mísseis israelenses, de acordo com informações da mídia estatal síria. 

Na fronteira norte de Israel com o Líbano, seis combatentes do Hezbollah morreram em troca de disparos com militares israelenses. De acordo com o Exército de Israel, esta organização xiita, apoiada pelo Irã, "está arrastando o Líbano para a guerra". 

Em resposta à escalada do Irã e de suas forças aliadas, os Estados Unidos  informaram que irão intensificar sua presença militar no Oriente Médio. O Pentágono enviará à região sistemas de defesa aérea THAAD e Patriot, com o objetivo de apoiar Israel e fortalecer a defesa do Estado hebreu. Duas bases militares que abrigam tropas americanas no Iraque foram alvo de ataques de drones e foguetes nesta semana.

Irã alerta Israel e EUA que situação pode ficar 'incontrolável'

O ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein Amir-Abdollahian, advertiu os Estados Unidos e Israel que a situação no Oriente Médio poderá ficar "fora de controle" se os dois países não derem imediatamente "um fim aos crimes contra a humanidade e ao genocídio em Gaza".

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"Hoje, a região é como um barril de pólvora (...) Gostaria de alertar os Estados Unidos e o regime israelense que, se eles não puserem um fim imediato aos crimes contra a humanidade e ao genocídio em Gaza, tudo é possível a qualquer momento e a região se tornará incontrolável", disse Amir-Abdollahian durante uma declaração ao lado de seu colega de pasta sul-africano, Naledi Pandor, em Teerã.

O balanço divulgado neste domingo pelo Ministério da Saúde de Gaza informa que 4.651 palestinos já morreram e 14.245 ficaram feridos, desde 7 de outubro e o início da resposta israelense ao ataque terrorista do Hamas no sul de Israel. 

As forças israelenses também mataram cinco palestinos na Cisjordânia, onde o número de mortos já subiu para 90 pessoas desde o ataque do Hamas, informou o Ministério da Saúde palestino.

Do lado israelense, o conflito matou 1.400 pessoas, a maioria civis.

'Parem!', pede o papa Francisco

Em sua missa dominical no Vaticano, o papa Francisco pediu hoje o fim do conflito entre o Hamas e Israel. Ele expressou o temor de uma escalada da guerra e fez um apelo para a permissão de entrada de mais ajuda humanitária na Faixa de Gaza.

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"A guerra, qualquer guerra, é sempre uma derrota. A guerra é sempre uma derrota, uma destruição da fraternidade humana. Irmãos, parem! Parem!", afirmou o papa argentino aos fiéis reunidos na Praça de São Pedro para a bênção do Angelus.

Na França, uma manifestação pró-Palestina, convocada por cerca de quarenta sindicatos, associações e partidos de esquerda, é organizada na tarde deste domingo na Praça da República, em Paris. 

(Com AFP)

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