Ucrânia impõe apagões de emergência, após ataques da Rússia à rede elétrica

Três regiões da Ucrânia tiveram que estabelecer cortes de energia de emergência na sexta-feira (29), depois que ataques massivos da Rússia atingiram novamente a rede elétrica do país durante a noite, anunciou a operadora nacional Ukrenergo. Forças aéreas ucranianas dizer terem destruído 99 mísseis e drones russos e reiteram pedidos de baterias de defesa antiaérea a aliados.

"Ukrenergo foi forçada a aplicar programas de fechamento de emergência até à noite nas regiões de Dnipropetrovsk (centro-sul), Zaporíjia (sul) e Kirovograd (centro)", afirmou a operadora em um comunicado.

Ataques russos danificaram "gravemente" três centrais térmicas ucranianas na noite de quinta-feira (28) de acordo com as autoridades do país, que acusaram Moscou de organizar ataques "bárbaros" contra sua rede elétrica.

Um deles, com drones, causou a morte de um civil e feriu um homem na cidade de Myrivska, de acordo com o Serguii Lyssak, governador da região de Dnipropetrovsk, no centro-sul.

Já as forças aéreas ucranianas afirmaram ter destruído a grande maioria dos 99 mísseis e drones russos - um número particularmente elevado - lançados durante esta nova onda de bombardeios noturnos.

Moscou intensificou os ataques aéreos contra a Ucrânia nas últimas semanas, visando em particular a rede de energia e dizendo que age em retaliação aos ataques de Kiev a suas regiões fronteiriças.

Em seu relatório diário, o Exército russo confirmou que tinha atingido infraestruturas elétricas durante a noite, mas também "defesas antiaéreas" ucranianas com mísseis, principalmente hipersônicos, e drones.

Um total de 10 regiões em todo o país foram alvo de ataques e seis pessoas, incluindo uma criança, ficaram feridas, disse o Ministério do Interior da Ucrânia.

Três centrais térmicas ucranianas sofreram danos significativos após o bombardeio russo, informou a fornecedora de energia ucraniana DTEK, sem revelar a localização das instalações.

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"Os ocupantes atacaram três centrais térmicas DTEK. O equipamento foi seriamente danificado", afirmou a empresa num comunicado, especificando que os seus engenheiros reagiram "rapidamente" para lidar com os danos.

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Ajuda dos aliados

O primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmygal, disse que "a Rússia continuou seus ataques bárbaros contra o sistema energético ucraniano", como aconteceu nesta sexta-feira. "A Ucrânia precisa de mais sistemas de defesa aérea para garantir sua infraestrutura essencial e proteger a sua população", disse Chmygal.

O Ministro da Energia, German Galushchenko, declarou anteriormente que um "ataque massivo" tinha como alvo particularmente locais de produção de energia nas regiões de Dnipropetrovsk, Poltava (centro) e Cherkassy (centro).

O governador de Dnipropetrovk, Serguiï Lyssak, informou que "várias instalações energéticas" foram danificadas na região.

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Kiev fez um apelo a seus aliados ocidentais para enviarem à Ucrânia mais ajuda rapidamente. Mas, tanto em Bruxelas como em Washington, as divisões políticas dificultaram a entrega de armas e o envio de fundos nos últimos meses.

As autoridades ucranianas insistem em particular no envio de baterias Patriot adicionais, um sistema antiaéreo foi fornecido pela primeira vez à Ucrânia em 2023.

Em uma entrevista transmitida na sexta-feira, o comandante-chefe ucraniano, Oleksandr Syrsky, sublinhou que a vantagem do Exército russo em termos de munições disparadas era de "seis para um", há poucos dias.

Segundo ele, com melhor defesa antiaérea e mais munições, a Ucrânia "sem dúvida" poderia ter mantido algumas das posições que perdeu recentemente.

Oleksandr Syrsky afirmou também que a Rússia "aumentou significativamente a atividade de sua aviação", utilizando em particular bombas aéreas guiadas "que destroem as nossas posições".

(Com informações da AFP)

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