Conteúdo publicado há 1 mês

Brasileiros relatam experiência durante terremoto raro em Nova York

Um terremoto de magnitude 4,8 afetou os arredores de Nova York nesta sexta-feira (5), informou o Instituto de Geofísica dos Estados Unidos (USGS). A região tremeu por alguns segundos em vários lugares, em um fenômeno raro nesta parte do país.

O terremoto ocorreu às 10h23 no horário local (11h23 pelo horário de Brasília), 7 quilômetros a nordeste de Whitehouse em Nova Jersey, o estado fronteiriço de Nova York, do outro lado do rio Hudson, segundo o USGS. O tremor ocorreu a uma profundidade de 5 quilômetros, ainda de acordo com o instituto.

"Dentro na linha L do metrô atravessando as águas do East River que divide o Brooklyn de Manhattan, não foi possível sentir nada. O primeiro sinal do terremoto chegou através do celular, com as mensagens de amigos checando se havíamos notado o tremor", relata a correspondente da RFI em Nova York, Luciana Rosa. "Somente minutos depois, por volta das 11 horas da manhã, o primeiro alerta das forças de segurança foi enviado, informando sobre o evento e pedindo à população para permanecer em casa".

A brasileira Ananda Müller, que está visitando a cidade pela primeira vez, conta que estava esperando o metrô em Manhattan e sentiu um leve tremor, mas achou que era algo normal da cidade. "Está tudo na paz, eu estou bem, apesar do susto", compartilhou a comissária de bordo em um post nas redes sociais.

A produtora audiovisual polonesa Magda Gora, que mora na região de Greenpoint no Brooklyn, disse que "nosso edifício estava tremendo". Ela contou que, no momento do tremor, um amigo da Califórnia - onde os terremotos são habituais - que está de visita a Nova York, escreveu a ela no momento em que sentiu a terra se mover, intrigado pelo que acabava de sentir.

Nem todos notaram o tremor

Já a roteirista americana Megan Broussard diz não ter notado nenhum movimento anormal enquanto preparava o café da manhã em seu apartamento em Park Slope, na parte oeste do Brooklyn. "Eu estava com minha mãe ao telefone, fazendo café e não senti absolutamente nada", diz.

O companheiro de Megan, Richard Maughan, que estava no aeroporto a ponto de embarcar rumo ao Texas, disse que os voos estavam começando a ser afetados pelo evento e muitos deles sendo adiados. "Espero poder voar sem problemas, mas não vou apostar nisso!", desabafou.

A agência americana de aviação civil (FAA na sigla em inglês) avisou que os aeroportos do nordeste do país podem encontrar dificuldades. A organização mencionou os aeroportos de Nova York, New Jersey, Filadélfia e Baltimore. No entanto, o aeroporto JFK, o mais importante de Nova York, indicou que permanecia "aberto e operante" e que "os aviões decolavam e aterrissavam" normalmente.

Continua após a publicidade

Sem danos significativos

Nenhum estrago foi relatado e nenhum ferido foi registrado nas primeiras horas. "Não temos informações neste momento sobre danos significativos [mas] continuamos a avaliar a situação", escreveu Fabien Levy, porta-voz da prefeitura de Nova York, na rede X. Um pouco mais tarde, o prefeito Eric Adams deu uma coletiva de imprensa tranquilizando a população.

Apesar de sua fraca intensidade, o raro tremor provocou uma avalanche de mensagens nas plataformas de redes sociais. "ESTOU BEM", assegurou a conta do emblemático Empire State Building na rede X.

Zona "passiva agressiva"

As autoridades pedem prudência à população. "Em caso de réplica, deitem no chão, de preferência sob um móvel, contra uma parede ou sob o batente de uma porta e protejam a cabeça e o pescoço", preconizou Fabien Levy em uma mensagem compartilhada pela governadora de Nova York, Kathy Hochul.

A porta-voz da presidência, Karine Jean-Pierre, informou que o chefe de Estado e a Casa Branca "estão em contato com os responsáveis federais e locais", acompanhando a situação.

Continua após a publicidade

"Os terremotos são raros, mas não são impossíveis na costa Atlântica", informou o USGS. A região, onde a placa atlântica e a da América do Norte se encontram, é chamada pelos geólogos de 'margem passiva agressiva'.

Com informações de Luciana Rosa, correspondente da RFI em Nova York, e AFP

Deixe seu comentário

Só para assinantes