Hamas diz estar pronto a negociar cessar-fogo e pede a Trump para pressionar Israel
O grupo islâmico palestino Hamas está "pronto" para um cessar-fogo na Faixa de Gaza e apela ao presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, para "pressionar" Israel a encerrar as suas operações militares, disse um funcionário do alto escalão da organização nesta sexta-feira (15).
"O Hamas está pronto para chegar a um cessar-fogo na Faixa de Gaza caso uma proposta de cessar-fogo seja apresentada e na condição de que (Israel) a respeite", disse Bassem Naïm, um membro do gabinete o político do Hamas, chamando "a administração americana e Trump a pressionarem o governo israelense para parar a agressão" em Gaza.
"O Hamas informou aos mediadores que era a favor de qualquer proposta que lhe fosse apresentada, que resultasse num cessar-fogo definitivo e na retirada militar da Faixa de Gaza, permitindo o regresso dos deslocados, um acordo sério para uma troca de prisioneiros, a entrada de ajuda humanitária e reconstrução", acrescentou Naïm.
Durante o ataque sem precedentes perpetrado por comandos do movimento islâmico palestino Hamas, em 7 de outubro de 2023, 251 pessoas foram sequestradas em solo israelense. No momento, 97 reféns permanecem em Gaza, 34 dos quais foram declarados mortos pelo exército.
Impasse nas negociações
Desde a única trégua que permitiu a libertação de mais de 100 reféns, no final de novembro de 2023, as negociações ficaram num impasse, a tal ponto que o Catar anunciou a suspensão da sua mediação entre Israel e o Hamas.
A ofensiva de retaliação de Israel já deixou 43.764 mortos no território palestino, a maioria civis, segundo o último balanço do ministério da Saúde do governo do Hamas.
De acordo com a mesma fonte, pelo menos 28 pessoas foram mortas nas últimas 24 horas. Desde o início da guerra,103.490 pessoas ficaram feridas na Faixa de Gaza.
O que esperar de Donald Trump em relação ao Oriente Médio?
Com o retorno do republicano Donald Trump à Casa Branca, o governo israelense pode esperar uma política americana tão favorável quanto a do primeiro mandato de Trump (2016-2020).
Na época, os Estados Unidos abandonaram o acordo nuclear com o Irã e restabeleceram sanções contra Teerã, em nome de uma política de "pressão máxima" sobre a República Islâmica e seus aliados regionais. Foi também nesse período que Washington reconheceu a soberania israelense sobre as Colinas de Golã (conquistadas da Síria, em 1967) e reconheceu Jerusalém como a capital de Israel, ignorando o direito internacional e as reivindicações palestinas.
Em conversa telefônica com o presidente palestino, Mahmud Abbas, no início do mês, o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, garantiu que iria "trabalhar para acabar com a guerra" na Faixa de Gaza, segundo informou a agência de notícias palestina WAFA.
(Com AFP)
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