Polícia informa que suspeitos de matar rabino em Dubai seriam do Uzbequistão
Autoridades do Estado do Golfo anunciaram nesta segunda-feira (25) que os três suspeitos detidos nos Emirados Árabes Unidos pelo assassinato de um rabino israelo-moldavo são do Uzbequistão. Os investigadores buscam agora saber o que motivou o crime.
O corpo de Tzvi Kogan, de 28 anos, desaparecido desde quinta-feira (21) em Dubai, nos Emirados Árabes, onde estava baseado, foi encontrado no domingo (24) pelas autoridades locais, provocando indignação em Israel.
O seu assassinato foi imediatamente descrito como um "ato hediondo de terrorismo antissemita" pelo governo israelense.
"As autoridades competentes (...) revelaram as identidades dos três autores do homicídio e que são de nacionalidade uzbeque: Olimbay Tohirovich (28 anos), Makhmudjon Abdurakhim (28 anos) e Azizbek Kamilovich (33 anos)", informou a agência oficial dos Emirados WAM, citando um comunicado de imprensa do Ministério do Interior.
Os serviços de segurança procuram agora "elucidar os detalhes, circunstâncias e motivações do crime", acrescentou a mesma fonte.
No domingo, as autoridades do país predominantemente muçulmano do Golfo disseram que três suspeitos foram presos após o assassinato do rabino, sem fornecer detalhes sobre as suas identidades.
O rabino Tzvi Kogan era um emissário de Chabad Lubavitch, um movimento hassídico ultraortodoxo com um compromisso missionário global que visava fortalecer a identidade judaica e aproximar os judeus da sua fé.
O movimento informou que o funeral aconteceria esta segunda-feira no Monte das Oliveiras, em Jerusalém Oriental, uma área da Cidade Santa ocupada e anexada por Israel desde 1967.
O corpo foi repatriado para Israel durante o dia, anunciou a organização israelense Zaka, responsável pelo resgate dos restos mortais.
O rabino-chefe dos Emirados, Elie Abadie, expressou à AFP na segunda-feira a "tristeza e o choque" da comunidade judaica neste estado do Golfo, acrescentando que a lei deve ser aplicada com "todo rigor" contra os agressores.
"Este ato trágico e terrorista de assassinato de um judeu inocente é uma afronta a toda a comunidade judaica e à coexistência pacífica nos Emirados Árabes Unidos", disse ele.
Mesmo antes de os Emirados anunciarem a prisão dos três suspeitos, o governo israelense denunciou "um ato hediondo de terrorismo antissemita". "Israel utilizará todos os meios à sua disposição para garantir que a justiça seja feita e que os responsáveis sejam responsabilizados", disse num comunicado.
"Ataque terrorista"
Num vídeo transmitido durante um conselho de ministros, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, também denunciou um "desprezível ataque terrorista antissemita" e prometeu que o seu país "usará todos os meios e lidará com os assassinos de Tzvi Kogan e aqueles que os enviou".
Os Emirados Árabes Unidos são um dos países árabes que normalizaram as relações com Israel no âmbito dos Acordos de Abraham de 2020, promovidos por Donald Trump durante o seu primeiro mandato na Casa Branca.
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Quero receberAs autoridades, no entanto, renovaram o aviso aos israelenses para evitarem todas as viagens não essenciais ao país e aconselharam os cidadãos que lá se encontram a tomar precauções adicionais.
Os Estados Unidos também denunciaram "um crime horrível contra todos aqueles que defendem a paz, a tolerância e a coexistência".
Até agora extremamente discretos neste caso, as autoridades dos Emirados têm apresentado constantemente Tzvi Kogan como um cidadão moldavo, escondendo a sua nacionalidade israelense.
Federação de sete emirados rigidamente controlada pela família governante, os Emirados se orgulham de ser um país tolerante e seguro.
Não existe um número oficial sobre judeus nos Emirados Árabes Unidos, mas um responsável israelense disse à AFP que cerca de 2 mil residiam no país, sendo a comunidade judaica estimada em cerca de 4 mil pessoas.
O assassinato do rabino afeta particularmente a comunidade israelense, cujos membros permanecem discretos enquanto as tensões regionais são agravadas pela guerra em Gaza, desencadeada pelo ataque do movimento islâmico palestiniano Hamas contra Israel, em 7 de outubro de 2023.
(Com AFP)