Tragédia do voo AF 447

Identificação dos corpos das vítimas do voo AF 447 deve ser concluída em quatro meses, diz familiar

Do UOL Notícias*

Em São Paulo

  • Jacques Brinon/AP

    Nelson Marinho, presidente da associação de parentes das vítimas do voo 447, após participar de reunião em Paris, nesta quarta-feira (16)

    Nelson Marinho, presidente da associação de parentes das vítimas do voo 447, após participar de reunião em Paris, nesta quarta-feira (16)

O processo de identificação dos corpos das vítimas do voo AF 447 deve levar quatro meses, segundo Nelson Faria Marinho, presidente da Associação dos Familiares das Vítimas do voo 447 no Brasil.

“O resultado [da identificação] será apresentado de uma vez só, para não haver preferências, e no caso das vítimas estrangeiras, [o resultado] será entregue pelos consulados”, disse Marinho ao UOL Notícias.

Nesta terça-feira, Marinho e membros de outras associações das famílias das vítimas do voo AF 447 se reuniram em Paris com autoridades francesas para obter informações sobre o início da identificação dos corpos e também sobre o andamento das investigações do acidente.

O Instituto de Pesquisas Criminais da Polícia Militar (IRCGN, na sigla em francês), será responsável pela identificação. Segundo o coronel François Daoust, diretor do instituto, o processo de identificação dos 104 restos mortais de vítimas do voo AF 447, que caiu no Atlântico em 2009, deverá começar nesta sexta-feira ou sábado.

Daoust ainda alertou que os 104 restos mortais resgatados entre maio e o início deste mês podem não ser de 104 vítimas e sim de uma mesma pessoa ou de um número menor de vítimas.

As vítimas eram de 33 nacionalidades, sendo a maioria francesa (72), brasileira (59) e alemã (26). Cinquenta corpos foram resgatados logo após a tragédia e a identificação de todos demorou dois meses. Vinte eram de brasileiros.

A previsão é de que o navio Ile de Sein, utilizado no resgate dos corpos e de peças do avião Airbus, chegue à França na quinta-feira (16), no porto de Bayonne, no sudoeste do país.

Em seguida, os corpos serão transferidos ao Instituto Médico Legal (IML) de Paris, onde uma equipe de legistas e dentistas realizará autópsias e os primeiros exames para detectar eventuais cirurgias, implantes, como marcapasso cardíaco ou pinos, além de uma análise detalhada da dentição.

O instituto francês já dispõe das informações necessárias à identificação do DNA dos parentes das vítimas europeias e de quase todas as outras nacionalidades, com exceção das brasileiras, disse Daoust.

“Aguardamos os dados do Brasil. Isso será resolvido em breve. Os dois juízes franceses estão em contato com a Justiça brasileira para a transferência das informações e do DNA à França”, declarou o coronel.

Segundo Marinho, a Polícia Federal deve disponibilizar algumas informações do seu banco de dados para agilizar o processo.

No total, 154 corpos dos 228 que estavam a bordo do avião que fazia a rota Rio-Paris foram resgatados. Os primeiros 50, sendo 20 deles de brasileiros, foram retirados do mar logo após a catástrofe, em 31 de maio de 2009.

A última etapa de resgate dos corpos custou 6 milhões de euros (R$ 13,5 milhões),seguno informações do Ministério dos Transportes da França.

*Com informações da Agência Brasil e da BBC

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