Tragédia do voo AF 447

Relatório final do AF 447 será divulgado apenas em 2012

Do UOL Notícias

Em São Paulo

Após divulgar um novo relatório parcial apontando falhas dos pilotos no acidente do voo 447 da Air France, o BEA (Escritório de Investigações e Análise), órgão oficial francês encarregado das investigações, estima que o relatório final, com todas as conclusões sobre a tragédia que matou 228 pessoas em junho de 2009, será divulgado no início de 2012.

O relatório [leia a íntegra aqui] da sexta-feira (29) revela que os pilotos não adotaram o procedimento adequado após os primeiros problemas detectados durante o voo: perda de indicadores de velocidade e perda de sustentação da aeronave. O órgão divulgou também os últimos diálogos entre os pilotos, que mostram muita tensão na cabine.

"Os pilotos não identificaram a situação de perda de sustentação", apesar do alarme sonoro que se ativou durante 54 segundos, diz o relatório. O documento afirma ainda que eles não aplicaram o procedimento necessário após o congelamento das sondas (sensores de velocidade) pitot, o que provocou a perda dos indicadores de velocidade.

O BEA informou que os comandantes da aeronave "não receberam treinamento sobre os procedimentos adequados a serem tomados em grandes altitudes".

Entre outras constatações, o texto revela também que o comandante da aeronave foi descansar às 2h da madrugada sem deixar "claras recomendações" aos dois copilotos que ficaram no controle do Airbus e que a tripulação não avisou os passageiros dos problemas que a cabine enfrentava.

O primeiro relatório detalhando o acidente, divulgado em maio, apontava uma falha nas sondas Pitot, que medem a velocidade e são fabricadas pela empresa francesa Thales, mas não foi possível estabelecer se isso poderia ser a causa do acidente.

Com a recuperação dos primeiros dados das caixas-pretas, foi revelado ainda que um problema técnico privou os pilotos de dados válidos sobre o voo com os quais seria possível evitar que a aeronave caísse no mar após três minutos e meio de queda livre.

Os especialistas indicaram que houve uma divergência nos leitores de velocidade que fez com que o piloto automático desligasse e forçou os pilotos a tomar decisões sem ter à sua disposição informações corretas sobre a performance do avião.

Ao divulgar o documento nesta sexta, Jean-Paul Troadec, chefe do BEA afirmou que a situação era “salvável” se os pilotos tivessem tomado as atitudes certas.

A Air France assegura que "nada permite colocar no banco dos réus as competências técnicas da tripulação" do voo, que saiu do Rio de Janeiro em direção a Paris.

As associações de parentes das 228 vítimas do acidente, por sua vez, repudiaram o relatório do BEA.

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