Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.
Acusação contra Dias Toffoli pede luzes acesas
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Suprema ironia: num instante em que o Judiciário apaga as luzes da Lava Jato, Sérgio Cabral espirra lama nos salões do Supremo Tribunal Federal. Os magistrados da Suprema Corte podem fazer qualquer coisa com a acusação de que o ministro Dias Toffoli vendeu favores judiciais no Tribunal Superior Eleitoral por R$ 4 milhões, exceto arquivar o caso no escurinho de um processo obscuro. O episódio pede o clarão dos refletores.
É a primeira vez que a Polícia Federal protocola no Supremo pedido de investigação contra um ministro da própria Corte. Cabral declarou que Toffoli vendeu sentenças a dois prefeitos do Rio de Janeiro quando integrava o TSE. Declara que o ex-secretário de Obras do Rio, Hudson Braga, fez o pagamento da propina, supostamente repassada por meio da advogada Roberta Rangel, mulher de Toffoli. O ministro nega as acusações. Soará mais convincente se acender a luz.
O caso traz a marca do inusitado. Em fevereiro do ano passado, o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo, homologou a delação celebrada por Cabral com a Polícia Federal. Seguiu-se a abertura de uma dúzia de inquéritos contra parlamentares, ministros do STJ e do TCU. Tudo sigiloso.
De repente, o procurador-geral Augusto Aras pediu a Toffoli, então presidente do Supremo, o arquivamento de todos os processos. Antes de deixar o comando da Corte, em setembro do ano passado, Toffoli enfurnou tudo no arquivo. Matou os processos no escurinho. Cabral endureceu o dedo novamente. Dessa vez, arrastou Toffoli para o caldeirão.
Ao requisitar a abertura de inquérito contra Toffoli, a PF sinaliza que acredita ter encontrado carne no angu servido pelo delator. Faz isso num instante em que Bolsonaro imaginava ter assumido o controle da corporação. Fachin pediu a manifestação do procurador-geral. Aras deve pedir novo arquivamento. Ou o Supremo acende a luz ou a plateia sentirá um cheiro de pus.
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