Lula se iguala aos agressores de Moraes ao chamá-los de animais
Em 2018, a arrogância petista diante das malfeitorias de suas administrações ajudou a eleger Bolsonaro. Em 2022, a truculência e o golpismo de Bolsonaro produziram o retorno de Lula. Hoje, às voltas com um mito inelegível, o pedaço mais fanatizado do bolsonarismo percorre as redes sociais, os restaurantes e os saguões de aeroportos ofendendo a lógica e as autoridades.
Ao chamar os responsáveis pela arruaça do aeroporto de Roma de "animais selvagens", iguala-se em selvageria aos agressores do ministro Alexandre de Moraes. O insulto é a razão de quem não tem razão.
"Nós precisamos punir severamente pessoas que ainda transmitem o ódio", disse Lula. Em condições normais, um presidente precisa controlar a sua raiva. Sob a atmosfera de anormalidade que ainda intoxica a cena pública brasileira, o presidente faria melhor se evitasse a raiva.
O Brasil precisa de paz. Lula voltou ao poder cavalgando uma frente ampla e prometendo a pacificação. Dias atrás, discursando para uma plateia de estudantes em Foz do Iguaçu, chamou Bolsonaro de "titica". Alguns dos 58 milhões de brasileiros que votaram no capitão em 2022 podem supor que Lula declarou, com outras palavras, que têm excremento de galinha na cabeça.
Agora, em Bruxelas, Lula comparou bolsonaristas radicais a animais. Quem reage à raiva com exibições de ódio comporta-se como alguém que toma o veneno imaginando que as outras pessoas vão morrer.
Lula gosta de se apresentar como um injustiçado. Faria melhor se dissesse que deseja para os agressores de Moraes os rigores da lei, com investigação isenta e julgamento submetido ao devido processo legal.
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