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Thaís Oyama

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Flávio cita o "ex-presidiário Lula" e o PL se prepara para jantar Bolsonaro

O senador Flávio Bolsonaro, tido como o mais experiente dos filhos políticos de Bolsonaro  - Senador Flávio Bolsonaro, que se filiou ao Patriotas recentemente Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado
O senador Flávio Bolsonaro, tido como o mais experiente dos filhos políticos de Bolsonaro Imagem: Senador Flávio Bolsonaro, que se filiou ao Patriotas recentemente Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

Colunista do UOL

01/12/2021 10h08

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Em seu discurso de filiação ao PL, o senador Flávio Bolsonaro chamou o ex-presidente Lula de "ex-presidiário". "Ainda querem nos fazer crer que um ex-presidiário, preso por roubar o povo brasileiro, estará à frente [de Bolsonaro nas pesquisas]."

Não foi bonito da parte do senador, já que bem ao lado dele estava sentado o anfitrião da festa, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, ex-usuário de tornozeleira eletrônica, condenado e preso por corrupção no mensalão e assim tão ex-presidiário quanto Lula.

A fala de Flávio, além de divertir os presentes, teve a função didática de lembrar certas obviedades.

Entre elas a de que, ao ingressar no PL de Valdemar, o candidato à reeleição Jair Bolsonaro fez crescer a lista de palavras e expressões que doravante está proibido de mencionar no seu palanque.

À "rachadinha", "economia crescendo em V" e "acabarei com a reeleição se for eleito", acrescentam-se agora no índex do candidato os termos "Papuda", "quentinha", "nova política" e "Banco do Nordeste" — além, é claro, de "ex-presidiário Lula".

No mesmo discurso em que involuntariamente ofendeu o presidente do seu novo partido (em cujo semblante experiente e aquilino nenhum músculo se mexeu), Flávio Bolsonaro atacou o hoje terceiro colocado nas pesquisas de opinião para a Presidência, Sergio Moro.

O fato de acusar o ex-juiz de "traidor" no momento em que ingressa numa sigla que já apoiou e desapoiou Lula (PT), Dilma Rousseff (PT), Michel Temer (MDB), Ciro Gomes (PDT) e Geraldo Alckmin (PSDB) não foi uma ironia do orador.

Antes, foi um atestado de que, da farinha que Flávio agora prova, o ex-presidiário Valdemar Costa Neto e seu PL já comeram um saco. E agora se preparam para jantar os Bolsonaro.