Incêndio em favela de São Paulo deixa 285 famílias desabrigadas; fogo é controlado
Um incêndio de grandes proporções atingiu na tarde desta segunda-feira (3) a favela Morro do Piolho, na zona sul de São Paulo, deixando 285 famílias desabrigadas --o equivalente a cerca de 1.140 pessoas, segundo informações da Defesa Civil. As casas localizadas numa área de 4.500 metros quadrados foram destruídas pelas chamas. A comunidade atingida fica no bairro do Campo Belo, no cruzamento das ruas Cristóvão Pereira e Xavier Gouveia.
Durante o incêndio, três pessoas foram socorridas pelo Corpo de Bombeiros. Um homem que fraturou a perna em uma queda, um adolescente com queimaduras leves e uma gestante emocionalmente abalada foram levados para prontos-socorros da região. Segundo os bombeiros, a Polícia Militar e o Samu (serviço de ambulâncias) também socorreram algumas pessoas, mas não foi divulgado o número de vítimas atendidas. Para conter as chamas, o Corpo de Bombeiros enviou 30 carros ao local, conseguindo controlar o incêndio.
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A CET (Companhia de Engenharia e Tráfego) bloqueou a rua Cristóvão Pereira em ambos os sentidos. A avenida Jornalista Roberto Marinho, sentido marginal Pinheiros, e um acesso da avenida Washington Luis para a Roberto Marinho também foram bloqueados para o trabalho dos bombeiros. O helicóptero Águia, da Polícia Militar, auxiliou no atendimento no local.
“Vi uma fumaça e as pessoas saindo correndo, pegando o que podiam carregar. Era muito forte o fogo, não dava tempo pra salvar quase nada”, conta Juliana Romão, coordenadora do Sarau da Ademar, que trabalha em escritório ao lado da favela. Segundo Romão, idosos, crianças e bebês de colo tiveram a ajuda de moradores para fugir do fogo.
Outras pessoas que estavam no local na hora do incêndio dizem que muitos moradores foram afetados e perderam seus pertences. “Ninguém sabe como começou. Teve gente que perdeu tudo que tinha", diz Vera Lúcia, professora da escola municipal Chiquinha Rodrigues, localizada próxima à favela. "Queria saber por que a Defesa Civil não usou a escola mais próxima para acomodar as pessoas [afetadas pelo incêndio]. Foram levados para uma igreja, estão sendo cuidados pelo padre, por quem trabalha lá", reclama a professora.
A favela localiza-se a cerca de três quilômetros do Aeroporto de Congonhas que, segundo a Infraero, não sofreu consequências de operação em função da fumaça. O aeroporto operou normalmente durante todo o dia.
A Polícia Militar, a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros atuaram em conjunto na ocorrência. Segundo a Defesa Civil de São Paulo, o atendimento às famílias atingidas é feito pela Secretaria Municipal de Assistência Social e pela Subprefeitura de Santo Amaro.
Segundo os bombeiros, 32 incêndios em favelas de São Paulo foram registrados em 2012. No ano passado foram 79 incêndios. Em 2008, 130 incêndios foram registrados; em 2009, 122 incêndios; e em 2010, 91 registros.
Só nos últimos 20 dias, outros quatro incêndios atingiram favelas em São Paulo. Segundo o Corpo de Bombeiros, entre 2007 e 2011 ocorreram 262 incêndios em favelas da cidade de São Paulo. Na maior parte dos casos, não foi possível determinar a origem do fogo porque os inquéritos policiais não são conclusivos. Os dados fazem parte das informações recebidas pela CPI dos Incêndios em Favelas, instalada na Câmara Municipal.
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