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Defesa vai pedir liberdade provisória de jovem que atropelou ciclista na Paulista

Janaina Garcia

Do UOL, em São Paulo

11/03/2013 09h26Atualizada em 11/03/2013 10h36

A defesa do estudante de psicologia Alex Siwek, 22, suspeito de ter atropelado um ciclista na avenida Paulista e fugido sem prestar socorro, vai apresentar na tarde desta segunda-feira (11) à Justiça o pedido de liberdade provisória do jovem. Ele se entregou à polícia nesse domingo (10) horas depois do atropelamento e foi transferido às 10h30 do 2º DP (Distrito Policial), no Bom Retiro (centro de SP), para o CDP (Centro de Detenção Provisória) Chácara Belém 2, na Vila Moreira (zona leste de SP).

A vítima, o auxiliar de limpeza David Santos de Souza, 21, perdeu o braço direito no acidente. O membro, que ficou preso ao carro do atropelador, foi jogado em um córrego na avenida Ricardo Jafet, na zona sul de São Paulo, segundo relato do próprio estudante aos policiais.

"Vamos pedir ao juiz que conceda liberdade provisória com ou sem pagamento de fiança. O Alex está muito chocado e muito confuso com tudo que aconteceu, ainda mais diante daquele tumulto ontem em frente à delegacia”, afirmou o advogado do estudante, Cássio Pauloletti.

O advogado se referiu à manifestação de ciclistas realizada no final do dia de ontem no local onde o jovem foi atropelado, nas proximidades da estação de metrô Brigadeiro.

Indagado sobre eventuais sinais de embriaguez que policiais afirmam ter visto ontem em Siwek, o advogado resumiu: “Não sei se a polícia de fato confirmou isso e também não tive acesso a exames que tenham sido feitos”, disse.

Souza está internado no Hospital das Clínicas, onde foi submetido ontem a uma cirurgia. Segundo a assessoria de imprensa do hospital, o quadro dele é estável, mas ainda não há previsão de alta. Em um post no Facebook, a médica Rachel Baptista, da equipe do HC que atendeu o ciclista atropelado, pediu a "punição" do motorista e o chamou de "monstro".

"Estávamos prontos para tentar o reimplante e infelizmente a polícia, juntamente com os bombeiros, não conseguiram encontrar o braço no rio", escreveu a médica.

De acordo com a polícia, testemunhas afirmam que o motorista havia bebido e trafegava em "velocidade incompatível com a via", dirigindo em zigue-zague.

O acidente

O acidente ocorreu na altura da estação Brigadeiro do metrô, na ciclofaixa sentido Paraíso da avenida Paulista, por volta das 5h30 desse domingo (10). Nesse horário, a ciclofaixa de lazer da avenida ainda está desativada --o horário de funcionamento da faixa exclusiva para ciclistas é das 7h às 16h, aos domingos e feriados--, mas os cones que a separam das demais vias já tinham sido colocados.

O motorista fugiu do local levando o braço da vítima no veículo. Posteriormente, jogou o membro em um córrego da rua Ricardo Jafet, na zona sul da cidade. À polícia o motorista disse que o braço da vítima caiu dentro do carro, mas que só percebeu a presença do membro mais tarde. Depois, Siwek se apresentou ao 3º batalhão da PM, na Saúde. Na tentativa de encontrar o braço do ciclista, os policiais refizeram, com Siwek, o trajeto realizado pelo motorista, mas o membro não foi encontrado.

Protestos

Em protestos, ciclistas deitaram-se na avenida Paulista na noite deste domingo (10), interditando três faixas da via no sentido da Vila Mariana. 

Na noite de sábado (9), a avenida Paulista foi palco de outro protesto: o "Naked Bike Ride" (passeio de bicicleta pelado), no qual dezenas de manifestantes nus pedalaram pela via reivindicando mais respeito pelos direitos dos ciclistas.