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Traficante da Mangueira é principal alvo de megaoperação contra corrupção no Rio

Hanrrikson Andrade

Do UOL, no Rio

09/04/2013 12h25Atualizada em 10/04/2013 13h07

O suspeito de tráfico de drogas Jean Carlos Ramos Tomaz, o "Beni", apontado pela Polícia Militar do Rio de Janeiro como o atual chefe do crime organizado na Mangueira, favela da zona norte da cidade que possui uma UPP (Unidade de Polícia Pacificadora), é o principal alvo de uma megaoperação de combate à corrupção deflagrada nesta terça-feira (9) pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), órgão vinculado ao Ministério Público do Estado.

Contra Beni, que possui antecedentes criminais por roubo e tráfico de drogas e já era considerado foragido da Justiça, há um novo mandado de prisão expedido pela 35ª Vara Criminal. Na tarde de segunda-feira (8), foram presos três integrantes da quadrilha sob acusações de suborno e tráfico de drogas: os irmãos Wagner Palomo Ferreira, o “Waguinho”, e Marcelo Palomo Ferreira, administradores de um bar; e Claudio de Oliveira Dias, o “Belo”.

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Dois homens investigados apenas por associação para o tráfico de drogas seguem foragidos, assim como o suposto chefe da favela da Mangueira. São eles Alexandro Costa Borges, o “Sandro Negão”, e o motoboy Jony Ramos, o “Jony”.

A investigação começou com a denúncia de um soldado da UPP que afirmou ter recebido oferta de propina de R$ 700. O agente simulou ter aceitado a proposta e marcou um encontro com os criminosos. A reunião foi filmada pelo policial infiltrado, o que possibilitou posteriormente a identificação dos membros quadrilha. O nome do policial não foi divulgado por questão de segurança.

Operação contra a Corrupção

SP: Ação contra empreiteiras que estariam manipulando licitações públicas com ajuda de agentes públicos
RN: Ação contra esquema de fraude na contratação de shows
BA: Ação contra esquema de fraude na contratação de shows
CE: Ação contra o alto escalão da Prefeitura de Quixeramobim, onde aconteceria um esquema de fraudes
RO: Ação contra ex-prefeito de Porto Velho, vice e mais dois acusados de desvio de verbas públicas e superfaturamento
MS: Ação contra três irmãos acusados de vender CNHs (Carteiras Nacional de Habilitação)
RJ: Ação contra traficantes e suspeitos de suborno e tráfico de drogas na Mangueira
MG: Ação contra esquema de sonegação fiscal de empresas que comercializam café em RJ, MG e ES
ES: Ação contra esquema de sonegação fiscal de empresas que comercializam café em RJ, MG e ES
PR: Ação contra delegado e investigadores acusados de cobrar propina de fabricantes de produtos piratas
MT: Ação contra envolvidos em tentativas de compra de decisão judicial para a liberação de traficantes
PE: Ação contra desvio de verbas em hospital de Guaranhuns e contra superfaturamento na contratação de eventos por empresa ligada ao esquema do RN

Segundo o MP, a tentativa de corrupção foi flagrada em agosto de 2012, e o objetivo seria evitar o patrulhamento do local e a repressão ao tráfico de drogas na comunidade. Na versão co comandante da UPP Mangueira, capitão Leonardo Nogueira, o soldado teria ficado "indignado" com a oferta dos criminosos, o que fez com que ele se disponibilizasse a participar da investigação.

"A corrupção dentro da PM é exógena: de fora para dentro. Nas UPPs, os policiais que lá trabalham sofrem pressão dos traficantes durante todo o tempo para que eles continuem vendendo drogas nas comunidades. Essa investigação só foi possível porque o soldado negou a essa tentação", afirmou o coordenador de inteligência da PM, coronel Antônio Goulart. O oficial classificou como "louvável" a atitude do subordinado, que está na corporação há dois anos.

Operação Nacional em 12 Estados

Uma operação conjunta entre Ministério Público, Polícia Federal e Ministério Público Federal cumpre mandados de busca e apreensão e de prisão em 12 Estados. O objetivo da ação, batizada de “Operação Nacional contra a Corrupção”, é desarticular uma organização criminosa suspeita de desviar recursos públicos federais e estaduais por meio de fraudes em licitações. Em Rondônia, o ex-prefeito de Porto Velho Roberto Sobrinho (PT), afastado do cargo por suspeita de corrupção em novembro do ano passado, foi preso às 6h desta terça-feira (9).

Ao todo, foram mobilizados 144 promotores de Justiça e 1.200 policiais federais, rodoviários, civis, militares, servidores de Tribunais de Contas, Controladoria-Geral da União, Receitas Federal e Estaduais.

A previsão é de que sejam cumpridos 86 mandados de prisão, 311 mandados de busca e apreensão, 65 mandados de bloqueio de bens, e 20 mandados de afastamento das funções públicas, expedidos pela Justiça Estadual da Bahia, Ceará, Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pernambuco, Paraná, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Rondônia e São Paulo.

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MP divulga imagem de traficante pagando propina a PM de UPP