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Manifestantes lotam Salão Verde, chapelaria, corredores e plenários de comissões da Câmara

Do UOL, em Brasília

20/08/2013 16h22Atualizada em 20/08/2013 17h17

Centenas de manifestantes lotaram, na tarde desta terça-feira (20), o Salão Verde da Câmara dos Deputados, os plenários e o corredor das comissões, além das entradas do Congresso Nacional para pressionar os parlamentares a votar matérias de seu interesse.

No Salão Verde, estão, de um lado, policiais, que defendem a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 300, que estabelece o piso nacional para policiais militares e bombeiros, e de outro, médicos, que querem a derrubada do veto ao Projeto de Lei do Ato Médico, e profissionais de 13 categorias da área de saúde, que defendem a manutenção do veto.

Com cartazes em que defendem seus interesses, os manifestantes usam apitos e equipamentos que emitem som parecido com o da vuvuzela, usada pelas torcidas nos estádios da África do Sul durante a Copa do Mundo de 2010.

Médicos e outros profissionais da área de saúde também ocupam a chapelaria.

Os grupos de médicos (vestidos de branco) e de profissionais de saúde como psicólogos, fisioterapeutas e enfermeiros provocam uns aos outros com gritos de palavras como: “médicos, vão trabalhar na periferia” e “derrubem vetos”.

“Nós tivemos dois lugares onde o público foi impedido de entrar: na chapelaria e na entrada do anexo das comissões da Câmara até o salão verde. Ai, o povo foi pressionando, mas deixavam os médicos entrarem. A raiva do povo que estava lá foi essa. Foi uma relação tendenciosa. Quando o público pressionou, eles cederam e abriram as portas. Nós viemos em mais de 3.000 pessoas”, disse Ivone Cabral, conselheira do Conselho Nacional de Saúde, órgão do controle social do Ministério da Saúde. 

“A expectativa nossa é a da manutenção do veto. Os fundamentos que a presidente utilizou para eles foram técnicos e jurídicos. Ela pensou a saúde como política de Estado. Ela não usou nome de nenhuma profissão”, afirmou Ivone Cabral.

Já Geraldo Ferreira, presidente da Federação Nacional dos Médicos, também está entre os manifestantes e acredita que terá o apoio de parlamentares que são médicos para derrubar os vetos da presidente.

“Temos mais de 60 médicos aqui na Casa (se referindo ao Congresso). Praticamente  99% [deles] comprometidos com a derrubada do veto. Eles estão no PMDB, no DEM, no PC do B e no PR”, citou Ferreira.

Os plenários e corredores das comissões foram tomados por indígenas, que são contra a PEC que transfere ao Congresso o direito de homologar terras indígenas.

Policiais também protestam

Além dos profissionais de saúde, há ainda centenas de policiais que vestem camisetas coloridas sentados no Salão Verde. Eles cobram dos deputados a votação do segundo turno da PEC 300 (Proposta de Emenda à Constituição) que trata do piso salarial dos policiais militares e bombeiros.

Desde 12h, os manifestantes chegam ao Congresso por todas as entradas das duas Casas Legislativas.  Houve dois momentos de tensão entre policiais militares que impediam a entrada de manifestantes na Câmara dos Deputados. Em um destes momentos, os policiais militares chegaram a jogar spray de pimenta para tentar dispersar os manifestantes.

De acordo com as polícias legislativas do Senado e da Câmara, ninguém foi detido nem teve de ser hospitalizado. O policiamento na área externa do Congresso foi reforçado e a entrada principal está cercada por um cordão de isolamento formado por PMs. 

Enquanto isso, os líderes partidários discutem a estratégia de votação dos vetos presidenciais e os demais temas da pauta desta terça-feira (20). (Com Agência Brasil)