Secretário da Educação de BH é afastado em operação da PF contra desvios
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A Polícia Federal deflagrou hoje a terceira fase da Operação Overclean, que apura desvios de emendas parlamentares e fraudes em licitações, e afastou o secretário de Educação de Belo Horizonte, Bruno Barral, sob suspeita de envolvimento com a organização criminosa investigada.
Barral já havia sido secretário de Educação em Salvador e tem ligações políticas com o ex-prefeito ACM Neto. A investigação obteve indícios de que a indicação dele para o cargo em Belo Horizonte foi articulada pelo empresário Marcos Moura, o rei do lixo, para atender ao direcionamento de contratos para o grupo de empresários liderado por Moura. ACM Neto e Marcos Moura são da cúpula do União Brasil, principal partido na mira da Operação Overclean.
Essa operação foi autorizada pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Kassio Nunes Marques, relator do caso, depois que foram detectados indícios de envolvimento de autoridades com foro privilegiado.

A investigação começou a partir de suspeitas de fraudes em licitações em municípios da Bahia por meio de um grupo de empresários que, segundo a PF, seriam liderados por Marcos Moura e Alex Parente. Moura e Parente também foram alvos de buscas nessa terceira fase.
Uma das novas suspeitas da PF é que familiares de Alex Parente estariam destruindo provas e atuando para obstruir a investigação. Em nota, a defesa de Alex Parente afirmou que ainda não teve acesso ao teor da decisão judicial para saber as acusações contra seu cliente. "A defesa técnica de Alex e Fábio Parente informa que recebeu com surpresa a nova fase da operação, pois eles têm cumprido rigorosamente todas as medidas judiciais estabelecidas quanto a si. (...) Todos os fatos serão oportunamente esclarecidos perante as autoridades competentes, assim que tiverem pleno acesso à decisão e demais elementos dos autos", disse o advogado Sebástian Mello.
Com a obtenção de provas nas duas primeiras fases, a PF ampliou a apuração para personagens de outros estados. A operação cumpre 16 mandados de busca e apreensão em Salvador, São Paulo, Belo Horizonte e Aracaju.
O processo foi enviado ao STF em dezembro depois que a PF apreendeu planilhas indicando pagamentos de propina a um assessor do líder do União Brasil na Câmara, Elmar Nascimento (BA). Desde então, o caso passou a tramitar no STF.
Outro lado: em nota, a Prefeitura de Belo Horizonte informa que o processo corre em segredo de Justiça, mas que foi notificada da decisão do STF e irá cumpri-la. "Em entrevista nesta quinta-feira, o prefeito Álvaro Damião esclareceu que o processo está relacionado a atos da Prefeitura de Salvador, na Bahia, sem qualquer relação com Belo Horizonte".
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