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Polícia indicia mecânico pela morte de sobrinha em Santa Catarina

Jéssica Maiara Garcia, 17 - Arquivo pessoal
Jéssica Maiara Garcia, 17 Imagem: Arquivo pessoal

Renan Antunes de Oliveira

Do UOL, em Florianópolis

17/12/2014 12h47

A Polícia Civil de Santa Catarina indiciou nessa terça (16) por homicídio o mecânico André Luiz da Silva, 47, suspeito de assediar e matar por atropelamento a sobrinha Jéssica Maiara, 17, crime ocorrido dia 14 de novembro em São José, na Grande Florianópolis.

Segundo o delegado Luis Felipe Rosado, "Silva tentou violentar a sobrinha durante uma carona, mas a menina reagiu e de alguma forma conseguiu impedi-lo, sendo morta em seguida".

O mecânico confessou ter jogado o corpo numa ribanceira, em local de difícil acesso. Depois, durante uma semana ele fingiu ajudar familiares e policiais na busca da sobrinha desaparecida.

Depois de descoberto, Silva levou as autoridades ao corpo. No caminho, confessou aos policiais ter assediado a sobrinha, mas afirmou que a morte fora acidental.

Na versão dele, Jéssica teria tentado fugir do carro em movimento, quando teria caído, batido com a cabeça no meio-fio e sido atropelada pelas rodas traseiras.  Ele disse que escondeu o corpo por temer a reação dos familiares.

Segundo o delegado Rosado, não foi isto que aconteceu. “Para começar, não houve atropelamento, conforme laudo do Instituto Geral de Perícias (IGP)”.

Segundo o instituto, o exame não conseguiu determinar a causa da morte devido à decomposição do cadáver, mas não havia nele lesões compatíveis com a versão de Silva.

A outra dúvida da polícia era se o estupro fora consumado.  Os peritos forenses concluíram que não.

O delegado disse que “está claro que ele a atacou e matou. Temos evidências suficientes para condená-lo por assassinato”, com pena prevista de até 33 anos.

Na conclusão do inquérito, Rosado pediu à Justiça a manutenção da prisão preventiva de Silva até o julgamento.

O caso

Na última vez em que foi vista, a menina estava caminhando de casa para um ponto de ônibus, às 12h30 do dia 14, de onde iria para o Colégio Estadual Marieta Konder Brandão.

Ela nunca chegou lá. Uma semana depois seu corpo já decomposto, envolto em sacos de lixo, foi encontrado a 7 km de casa, numa ribanceira às margens de uma estrada vicinal.

Durante a semana em que esteve desaparecida, familiares e amigos tentaram localizá-la. O tio participou das buscas, mas a própria família desconfiou do comportamento dele, levando a polícia a focar nele como principal suspeito.

De acordo com o inquérito, Silva foi confrontado com testemunhas que o viram com a menina e, mais tarde, com imagens de câmeras de vigilância da vizinhança. Só então ele levou a polícia ao local onde o corpo estava escondido.

A vítima estava vestida. O delegado Rosado suspeitava de estupro "por causa da frieza do suspeito. Ele foi capaz de envolver o corpo em sacos plásticos e escondê-lo, bem poderia ter cometido abuso e depois a vestido".