Moradores de SP se mobilizam pela internet para revitalizar praças públicas

Fabiana Maranhão

Do UOL, em São Paulo

  • Divulgação

    Projeto 'Praças' reuniu cerca de 250 pessoas para revitalizar a praça Acibe Ballan Camasmie, no Brooklin Novo, zona sul de São Paulo

    Projeto 'Praças' reuniu cerca de 250 pessoas para revitalizar a praça Acibe Ballan Camasmie, no Brooklin Novo, zona sul de São Paulo

A praça Acibe Ballan Camasmie, no Brooklin Novo, na zona sul de São Paulo, é um daqueles espaços que convidam quem passa pela área a entrar para desfrutar de momentos de tranquilidade em meio ao verde. O local de 10 mil m² é simples, mas bem cuidado, limpo, tem onde sentar, quadra poliesportiva e é iluminado à noite.

Mas esse cenário era bem diferente há cerca de três meses, quando havia muita sujeira espalhada pelo lugar, lixeiras quebradas e postes sem funcionar. Tudo começou a mudar depois que a praça foi "adotada" pelos moradores das proximidades, que passaram a sugerir melhorias para o local e até chegaram a organizar cinco mutirões para tornar o lugar mais agradável.

O "ponto de encontro" deles para trocar ideias sobre como melhorar a praça é virtual. Os moradores lançam propostas, debatem, votam e marcam os mutirões, tudo pela internet. Quem ajuda a promover encontros como esses e articula parcerias para financiar a realização das melhorias é o projeto "Praças".

Criada há três meses, a iniciativa conseguiu reunir centenas de moradores e comerciantes da região em torno de uma mesma causa: transformar essa praça do Brooklin Novo em um espaço de lazer para a comunidade.

Esses moradores acessaram o site do projeto, aceitaram se tornar "amigos da praça" e começaram a participar das discussões e a escolher o que queriam mudar no local. Ações como limpeza, revitalização do mobiliário, pintura da quadra e instalação de espaço cercado para os cães foram feitas por eles mesmos durante mutirões.

Já problemas de falta de lixeiras e postes apagados, que só podem ser resolvidos pelo poder público, ficaram a cargo da equipe do site, que repassou as demandas para os órgãos responsáveis, que instalaram novas lixeiras e consertaram os postes de iluminação.

Também coube à equipe do projeto convencer pessoas e empresas a ajudar a financiar o material usado durante os mutirões, como sacos plásticos e tintas. Dois patrocinadores doaram R$ 23,5 mil para a reforma da praça, em troca da exibição de suas marcas tanto na praça quanto no site do projeto.

Divulgação
À esq., a praça Acibe Ballan Camasmie, no Brooklin Novo, na zona sul de São Paulo, antes de voluntários (à dir.) se unirem pela internet para revitalizar o espaço

Uma praça em cada bairro

O idealizador do "Praças", o urbanista Marcelo Rebelo, 29, deseja que outras praças da capital paulista passem pela mesma transformação que a feita na Acibe Ballan Camasmie. E a meta dele é ambiciosa: "Queremos revitalizar uma praça em cada bairro de São Paulo; queremos dar a mesma qualidade de praças tanto para bairros ricos como pobres".

Apaixonado por espaços públicos, o urbanista conta que o projeto é resultado de uma inquietação que ele surgiu durante os cinco anos que foi funcionário público na prefeitura. "Eu tive péssimas experiências em audiências públicas, que não conseguem fazer com que as pessoas contribuam. Daí surgiu a ideia de mudar esse modelo de audiência pública para online", lembra.

Para colocar o site no ar, Rebelo contou com o apoio da Social Good Brasil, organização sediada em Florianópolis que ajuda a viabilizar projetos que usam tecnologias e novas mídias para promover mudanças sociais. 

Rebelo ainda não sabe ainda qual será a próxima praça a ser reformada na capital paulista. Isso vai depender, segundo ele, da colaboração da população, que pode indicar no site do projeto que locais quer que sejam recuperados e participar dos debates e ações para a melhoria das praças.

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