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MPL nega convite do governo para definir trajeto de manifestações

MPL confirmou que haverá manifestações em dois pontos da cidade de São Paulo nesta quinta-feira - Newton Menezes/Futura Press/Estadão Conteúdo
MPL confirmou que haverá manifestações em dois pontos da cidade de São Paulo nesta quinta-feira Imagem: Newton Menezes/Futura Press/Estadão Conteúdo

Flávio Costa

Do UOL, em São Paulo

13/01/2016 18h02Atualizada em 13/01/2016 20h53

Organizador das manifestações contra o aumento da tarifa de transporte coletivo em São Paulo, o MPL (Movimento Passe Livre) negou convite da SSP (Secretaria da Segurança Pública) para participar de uma reunião prévia sobre os protestos marcados para tarde de quinta-feira (14) na capital paulista.

A SSP divulgou na tarde desta quarta-feira (13) que convidou integrantes do MPL (Movimento Passe Livre) para "planejar a manifestação prevista para amanhã na cidade paulista e aguarda uma resposta". O objetivo do encontro seria o de definir um trajeto para os protestos. Ainda de acordo com a nota, representante da SSP entrou em contato telefônico com "lideranças do MPL" para reunião prévia marcada para as 18h, na sede da secretaria, localizada no centro de São Paulo.

Para justificar a necessidade da reunião, a secretaria cita o artigo 5º, inciso XVI da Constituição Federal: "todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente."

Porém, um dos porta-vozes do MPL, Vitor dos Santos, declarou ao UOL que o movimento não atenderá ao convite. "Isso já foi feito antes e a gente nunca aceitou. Nós sabemos que a alegada ausência de um roteiro prévio é só uma desculpa para a repressão por parte da Polícia Militar", disse.

Santos disse ainda que as manifestações estão confirmadas para iniciar às 17h de quinta-feira. As concentrações serão no Largo da Batata, região oeste da cidade, e no Theatro Municipal, localizado no centro.

"Mesmo que a gente aceitasse, eles arranjariam outro pretexto para agredir os manifestantes, porque a repressão é uma decisão política do governo do Estado", acrescentou Vitor dos Santos.

No ato de terça-feira, na avenida Paulista, a Polícia Militar reprimiu a passeata antes de seu início, mesmo sem ter tido confronto com os chamados "black blocs". Em entrevista coletiva após o fim da manifestação, o secretário da Segurança Pública, Alexandre de Moraes, disse que todas passeatas em São Paulo terão o trajeto definido pela Polícia Militar quando não houver informação prévia dos organizadores sobre o roteiro.

Reunião é transferida para o Ministério Público

Em nota enviada ao UOL, no início da noite, o Governo do Estado de São Paulo disse que "é totalmente aberto ao diálogo" e informou que a reunião prévia foi programada para manhã de quinta-feira, às 9h, também na sede da SSP. Logo depois, em outra mudança, o governo emitiu outra nota em que afirma que o secretário Alexandre de Moraes irá participar da reunião promovida pelo MP-SP (Ministério Público de São Paulo), marcada para as 10h.

A porta-voz do MPL, Luíze Tavares, disse que a organização ainda não decidiu se irá participar da reunião marcada para quinta-feira no MP. Uma definição deverá ser divulgada nas próximas horas.