Chuvas

Chuvas em São Paulo causam ao menos 18 mortes

Nathan Lopes, Flávio Costa e Fabiana Marchezi*

Do UOL, em São Paulo e Campinas (SP)

A Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo recontaram o número de pessoas mortas pelas fortes chuvas e chegaram ao total de 18, até o momento, e não 21 como anteriormente havia sido divulgado pelos órgãos. Ainda de acordo com os dois órgãos, o número poderá ser atualizado até o final da noite desta sexta-feira (11).

As fortes chuvas que atingiram o Estado de São Paulo entre a noite de ontem e a madrugada desta sexta deixaram ao menos outras 19 pessoas feridas. A Grande São Paulo, onde 16 pessoas morreram, foi a região mais atingida. O interior do Estado também foi afetado.

Pelo menos 39 municípios paulistas foram atingidos pelas chuvas. A maioria localiza-se na Grande São Paulo e na região de Campinas: São Paulo, São Roque, Caieiras, Itatiba, Franco da Rocha, Francisco Morato, Guarulhos, Salto, Cajamar, Sorocaba, Itapira, Itapevi, Barueri, Piracicaba, Mairiporã, Atibaia, Santa Isabel, Águas de Lindoia, Campinas, Holambra, Morungaba, Sumaré, Valinhos, Mairinque, Alumínio, Suzano, Jundiaí, Campo Limpo Paulista, Mogi das Cruzes, Poá, Itaquaquecetuba, Itapetininga, Tatuí, São Miguel Arcanjo, Vinhedo, Buri, Santana do Parnaíba, Embu das Artes e Barretos.

A Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo informaram que 6 pessoas ainda estão desaparecidas. "O órgão tem atuado com equipes em Francisco Morato, Franco da Rocha, Mairiporã, cidades da Grande São Paulo, e Tatuí, no interior paulista", disse ao UOL o coronel Walter Nyakas, da Defesa Civil. 

A Defesa Civil informou que 145 pessoas estão desabrigadas e outras 1.599, desalojadas (na casa de familiares ou amigos). Os casos são registrados em sete cidades: Francisco Morato, Mairiporã, São Roque, Itupeva, Atibaia, Sorocaba e Cabreúva. A prefeitura de Franco do Rocha informou que "mais de 200 famílias estão em casa de parentes ou amigos. Quatro famílias e outras cinco pessoas em situação de rua, que não tinham outro lugar para ir, estão instaladas nos abrigos municipais."

Balanço de mortos

  • Francisco Morato: 8 (e não 11, como havia sido anteriormente divulgado)
  • Mairiporã: 4
  • Itatiba: 2
  • Itapevi: 2
  • Guarulhos: 1
  • Cajamar: 1

Em Francisco Morato, ao menos dois deslizamentos deixaram oito mortos. As vítimas, entre elas uma criança, estavam em imóveis localizados na rua Irã, no Jardim Santa Rosa, e na rua Raul Pompeia, no Jardim Santo Antônio. Outras oito vítimas foram socorridas. Os bombeiros continuam nos locais tentando localizar mais vítimas que estariam soterradas.

A Defesa Civil do município informou que há, no mínimo, 15 pontos com risco de desabamento na cidade. O centro está alagado, e os trens da linha 7-rubi não circularam na manhã de hoje por causa da água que invadiu os trilhos.

Em Mairiporã, quatro pessoas morreram e outras sete ficaram feridas. Um deslizamento de terra atingiu o número 500 da rua Primavera, por volta das 21h de quinta-feira, em uma região de morro no bairro Jardim Néri. O Corpo de Bombeiros continua realizando buscas na região de possíveis vítimas soterradas. 

Em Guarulhos, uma pessoa morreu afogada. A Prefeitura da cidade informou que não há registro de desaparecidos e que atendeu 15 ocorrências relacionadas a deslizamentos, 15 casos, nos bairros Cidade Soberana, Vila Rica, Jardim Bonança, Soberana, Cumbica, Cocaia.

Em Cajamar, uma pessoa também morreu afogada. Em Itapevi duas pessoas morreram soterradas, de acordo com o Corpo de Bombeiros de São Paulo.

Chuvas castigam comércio e serviços em Itatiba

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Duas pessoas morreram em Itatiba

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Em Itatiba (84 km de São Paulo), duas mortes foram relacionadas às chuvas. Um idoso faleceu eletrocutado na madrugada de hoje ao tentar salvar a geladeira da enchente que atingiu sua casa, no bairro Jardim de Lucca. A morte foi confirmada pela Guarda Municipal. A outra morte foi confirmada pela Defesa Civil municipal. A vítima era um homem, morador do bairro Santo Antônio, que teria se recusado a sair de sua casa, que ficou alagada. Ele acabou arrastado pela correnteza.

Felipe Rau/Estadão Conteúdo
Em Mairiporã, quatro pessoas morreram após um deslizamento de terra

"O Corpo de Bombeiros recebeu 260 ocorrências de pessoas que foram atingidas por inundação", disse o capitão dos Bombeiros Marcos Palumbo ao BandNews TV.

Nivaldo lima/Futura Press/Estadão Conteúdo
Carro bóia em alagamento no centro de Caieiras, na Grande São Paulo

Em Caieiras, a Defesa Civil informou que há mais de 30 deslizamentos de terra, mas não houve nenhum registro de vítima ou desabamento de casa. Porém, diversas casas estão inundadas. O centro e os bairros próximos são as áreas mais prejudicadas pelas chuvas.

O município de Franco da Rocha também foi atingido com violência pelas chuvas. Não houve mortos, mas parte da cidade ficou completamente alagada. A Defesa Civil e todas as equipes da prefeitura foram para as ruas e orientaram a população que vive em áreas de risco a deixar suas casas. O Centro Cultural Newton Gomes de Sá e o Clube das Acácias foram abertos para receber os desabrigados. Por causa da forte tempestade, os trens e as linhas municipais de ônibus tiveram a circulação interrompida e, aos pouco, retomam os trabalhos. As aulas na rede municipal foram suspensas.

Em São Paulo, um deslizamento de terra atingiu uma residência e deixou quatro feridos no Jardim Ângela, na zona sul. As vítimas foram socorridas na rua Achaira e levadas ao Posto de Saúde do M'Boi Mirim.

Foram registradas 9 quedas de árvores durante a madrugada nas subprefeituras de Vila Mariana, Pinheiros, Penha, Campo Limpo e Jaçanã/Tremembé.

A capital paulista bateu o recorde de congestionamento neste ano no período da manhã. Segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), às 8h30, a capital paulista tinha 177 quilômetros de vias congestionadas. Antes, o recorde era do dia 23 de fevereiro, com 126 quilômetros de congestionamento. O rodízio de veículos está mantido.

Marcos Bezerra/Futura Press/Estadão Conteúdo
Nível do rio Tietê subiu e marginal ficou com trechos alagados após as fortes chuvas

CPTM

A CPTM informa que, devido às chuvas, opera na tarde desta sexta-feira (9) com intervalos maiores na linha 7-Rubi nos trechos Luz-Francisco Morato e Campo Limpo Paulista-Jundiaí. Em nota, a companhia diz que observa as "condições de alagamento externo, que ainda podem interferir e paralisar a circulação de trens." Na mesma linha, o trecho Campo Limpo Paulista-Francisco Morato está sendo realizado por ônibus.

Na linha 8-Diamante, o trecho Barueri-Itapevi opera com velocidade reduzida. Os passageiros da CPTM podem solicitar informações pelo telefone 0800-055-0121. O Metrô de São Paulo informa que todas as linhas operam normalmente. O telefone da central de informações do Metrô é 0800-770-7722.

Aeroporto de Guarulhos fechado

A chuva de ontem atingiu uma subestação de energia e fez o aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, ficar fechado entre 23h50 e 6h06, quando o aeroporto foi reaberto. Muitos passageiros ainda aguardavam para fazer embarque por volta de 9h30. Os voos estão sendo reprogramados pelas companhias aéreas.

O Aeroporto de Congonhas, na zona sul da capital paulista, não teve o funcionamento afetado pelas chuvas, segundo a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero).

Aeroporto de Cumbica ficou fechado em razão das chuvas

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Previsão

O CGE disse que a chuva forte se dirige agora em direção ao Rio de Janeiro. A previsão do tempo, segundo o órgão, é de chuviscos ao longo do dia em toda a capital paulista, mas nada semelhante ao temporal desta quinta-feira.

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), cancelou todos os compromissos do dia e, segundo sua assessoria de imprensa, está em contato com os prefeitos das cidades atingidas. À tarde, Alckmin visitou municípios afetados. "Desde ontem, 50 homens estão trabalhando, mas o terreno está muito molhado, úmido, é um trabalho difícil", afirmou o governador em Mairiporã.

Questionado se a falta de ações preventivas provocou esta situação, Alckmin disse que "agora o momento é de socorrer vítimas".

A vice-prefeita da capital, Nadia Campeão, que responde pelo plano de chuvas da cidade, está no CGE em reunião emergencial.

*(Colaborou Bernardo Barbosa/com Estadão Conteúdo)

Rio transborda em Salto (SP)

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Raio cai perto de gramado em Barretos

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