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Polícia do Rio não parou e não vai parar, diz secretário de segurança

Mulheres de PMs protestam no 6º batalhão, na Tijuca, zona norte do Rio - Mauro Pimentel/UOL
Mulheres de PMs protestam no 6º batalhão, na Tijuca, zona norte do Rio Imagem: Mauro Pimentel/UOL

Do UOL, em São Paulo

10/02/2017 19h32Atualizada em 10/02/2017 20h24

O secretário de segurança do Rio, Roberto Sá, disse, em entrevista a jornalistas nesta sexta-feira (10), que a Polícia Militar do Estado "não parou e não vai parar", apesar da mobilização de parentes de oficiais em ao menos 27 batalhões.

De acordo com Sá, "houve um prejuízo de 5% a 10% na capacidade operacional" da PM devido ao movimento, em que familiares de policiais impedem a saída de carros e oficiais dos batalhões. No entanto, o secretário garantiu que todas as áreas estão sendo patrulhadas e disse que "nada muda na rotina da cidade".

"A manifestação não impediu que os batalhões operassem em suas áreas", afirmou.

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Sá reconheceu que, como "o Rio não vive um dia como outro qualquer", o Disque 190 registrou aumento de alguns indicadores relativos ao que chamou de "roubos de oportunidade que já acontecem na rotina do Rio, infelizmente". No entanto, ele afirmou que isso não necessariamente vai ser confirmado em um aumento no registro de ocorrências.

10.fev.2017 - O secretário estadual de Segurança Pública do Rio, Roberto Sá, concede entrevista coletiva sobre o movimento de parentes de policiais militares no Estado - Roberto Moreyra / Agência O Globo - Roberto Moreyra / Agência O Globo
O secretário Roberto Sá
Imagem: Roberto Moreyra / Agência O Globo

O secretário fez um apelo às famílias de policiais e pediu "um tempo mínimo" para que o governo de Luiz Fernando Pezão (PMDB) pague o 13º salário e adicionais de metas e jornadas extras atrasados. Segundo o secretário, se o governo tiver êxito nas votações na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) na semana que vem, serão tomadas "medidas administrativas" para iniciar tais pagamentos, como a elaboração de um calendário.

O governo tenta aprovar na Alerj medidas de austeridade e a privatização da Cedae, a companhia de água e esgoto fluminense. A aprovação das medidas é condição para que o Estado receba ajuda financeira do governo federal. No entanto, os debates têm sido marcados por frequentes protestos de servidores -- o desta quinta (9) acabou em confronto com a polícia

Para completar a crise, Pezão e seu vice, Francisco Dornelles (PP), tiveram seus mandatos cassados pelo TRE-RJ (Tribunal Regional Eleitoral do Rio). A decisão ainda não teve efeito pois cabe recurso ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

"As causas são legítimas", disse Sá. "Mas preciso dizer também que eles não estão desassistidos."

Os familiares protestam contra o atraso do 13º salário e do RAS (Regime Adicional de Serviço) das Olimpíadas. Os parentes reivindicam também que os salários voltem a ser pagos em dia, o que não acontece há pelo menos um ano, além de melhores condições de trabalho.

O secretário se disse preocupado com a forma como as famílias estão protestando e citou o que está acontecendo no Espírito Santo, onde um movimento similar desencadeou uma onda de violência que, segundo policiais civis, deixou mais de 100 mortos desde sábado (4).

De acordo com Sá, impedir os policiais de trabalhar não vai ajudar a acelerar o recebimento dos pagamentos atrasados e ainda coloca toda a população em risco, inclusive as próprias famílias de oficiais.

"A polícia é a última barreira para a barbárie", afirmou.

Sá também criticou a disseminação de boatos por meio de plataformas como WhatsApp, Facebook e Twitter. Na quinta (9), o governador Pezão disse que quem espalha rumores deve ser preso.

"É importante que a sociedade tenha responsabilidade quando recebe uma notícia e repassa. Isso causa um pânico que não interessa a ninguém."

O secretário também agradeceu o profissionalismo das polícias civil e militar e disse que os prefeitos de Rio, Niterói e Duque de Caxias colocaram suas guardas municipais à disposição para auxiliar em rondas.

Sobre uma eventual participação das Forças Armadas e da Força Nacional, Sá disse que ambas estão "em condições de atuar" no Rio. "Espero não precisar", afirmou.