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Polícia recaptura 517 presos que fugiram de presídios em SP

Luís Adorno

Do UOL, em São Paulo

17/03/2020 09h36Atualizada em 17/03/2020 10h39

Uma força-tarefa montada pelo governo de São Paulo para recapturar presos que fugiram de três unidades prisionais na noite de ontem conseguiu recapturar, até 10h20 de hoje, 517 detentos. A SAP (Secretaria da Administração Penitenciária) ainda contabiliza quantos homens fugiram, mas estima entre 800 e 1.000.

Fugiram presos das unidades prisionais de Mongaguá, Tremembé e Porto Feliz. Também houve incidentes, sem fugitivos, nas unidades de Mirandópolis e de Sumaré. As fugas ocorreram após a saída temporária de Páscoa e as visitas terem sido interrompidas por receio de alastramento do coronavírus.

A reportagem apurou que foram recapturados 251 do presídio de Porto Feliz, 184 de Mongaguá e 82 de Tremembé. Todas as unidades são de regime semiaberto. Ou seja, local onde os presos podem trabalhar fora da prisão e retornar à noite, além de ter direito a cinco saídas temporárias durante o ano, entre cinco e sete dias.

Em nota, a SAP informou que o GIR (Grupo de Intervenção Rápida), formado por agentes penitenciários que atuam de forma ostensiva quando há anormalidades dentro de unidades prisionais do estado, controlou a situação em todas as unidades que se rebelaram.

Por meio de nota, a secretaria disse que ainda realiza a contagem para determinar o número exato de fugitivos. A pasta defende que a suspensão das saídas temporárias foi necessária para conter o coronavírus dentro de unidades prisionais.

"O benefício contemplaria mais de 34 mil sentenciados do regime semiaberto que, retornando ao cárcere, teriam elevado potencial para instalar e propagar o coronavírus em uma população vulnerável, gerando riscos à saúde de servidores e de custodiados", informou a SAP.

Secretário cita "normalidade"

O secretário de Administração Penitenciária do estado de São Paulo, Nivaldo Cesar Restivo, disse em entrevista ao Bom Dia São Paulo, da TV Globo, que os presídios onde houve rebelião e fuga de presos operam dentro da normalidade hoje.

Segundo ele, os motins foram uma reação à decisão da Corregedoria Geral da Justiça (CGJ) de suspender a saída temporária de detentos em razão do avanço da epidemia do novo coronavírus.

"A motivação tem origem na decisão de suspender a saída temporária. Quero deixar claro que não é supressão do benefício, é suspensão porque estamos diante de uma situação envolvendo dois problemas, tínhamos de optar pela que causasse menos prejuízos à população de São Paulo", referindo-se ao coronavírus. O estado de São Paulo registra o maior número de casos de covid-19 no país.

O secretário afirmou que as unidades que abrigam presos no regime semiaberto não podem, por lei, ter muralhas ou abrigar servidores armados.

Questionado sobre as rebeliões terem ocorrido ao mesmo tempo, Restivo disse que a comunicação entre os detentos é fácil "porque estão exercendo atividade laboral externa" e tranquilizou os paulistas. "A população pode ficar tranquila, exercer suas atividades normais, as forças de segurança estão trabalhando."