Sobrinho e cunhada de Marcola são presos em operação da PF contra o PCC
O filho e a mulher de Alejandro Herbas Camacho Júnior, o Marcolinha, foram presos pela Polícia Federal hoje em Santa Catarina. Marcolinha é integrante da cúpula do PCC (Primeiro comando da Capital) e irmão de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, chefe máximo da facção criminosa.
Segundo agentes federais, Leonardo Alexander Ribeiro Herbas Camacho, sobrinho de Marcola, morava em Itajaí (SC), onde acabou detido, e de lá gerenciava negócios ilícitos ligados ao jogo do bicho, tráfico de drogas e de armas no Ceará. Ele já foi apontado pela PF como um dos novos líderes do PCC.
Francisca Alves da Silva, a Preta, mulher de Marcolinha, foi presa em um condomínio de luxo no Arujá, na região metropolitana de São Paulo. Ela morou por um tempo na Argentina e por isso a PF havia pedido, anteriormente, a inclusão do nome dela na Difusão Vermelha da Interpol (Polícia Internacional). Preta chorou no momento da prisão.
Também foram presos Geomar Pereira de Almeida — apontado pela Polícia Federal como bicheiro —, a mulher dele e Menesclau de Araújo Souza Júnior, o Coxinha, acusado de gerenciar no Ceará os negócios dos irmãos Camacho.
Com os suspeitos presos foram apreendidos veículos de luxo, joias, relógios, R$ 100 mil em dinheiro, documentos e telefones celulares.
A reportagem não conseguiu contato com os advogados dos presos na operação da PF, mas o espaço continua aberto para manifestações. O texto será atualizado caso haja um posicionamento dos defensores dos suspeitos.
As prisões aconteceam no âmbito da Operação Primma Migratio, deflagrada pela Ficco (Força Integrada de Combate ao Crime Organizado) no Ceará, em ação conjunta com equipes de São Paulo e de Santa Catarina, para desmantelar o núcleo gerencial e logístico do PCC no estado cearense.
A PF informou que foram identificadas movimentações financeiras suspeitas superiores a R$ 300 milhões nas contas dos investigados. Foram expedidos 22 mandados de prisão preventiva, 36 mandados de busca e apreensão no Ceará, em São Paulo, em Santa Catarina e em Mato Grosso do Sul, além do sequestro de 42 veículos.
Dois anos de investigação
As investigações duraram dois anos e apontaram que o PCC migrou parte de da estrutura gerencial de São Paulo para implantar no Ceará atividades clandestinas, como o tráfico de drogas e armas, a exploração de jogos de azar e lavagem de dinheiro das atividades ilegais em loteria esportiva administrada pela organização criminosa.
A PF apurou ainda que parte dos R$ 300 milhões movimentados de forma suspeita nos últimos anos seria empregada na corrupção de servidores públicos. Foi decretada também a prisão de dois policiais militares suspeitos de pertencerem ao núcleo logístico da organização.
Marcola e o irmão Alejandro, também conhecido como Júnior, estão recolhidos na penitenciária federal de Brasília. Marcolinha e Preta já moraram no Ceará.
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