Ex-PM condenado por morte de Amarildo posta vídeo queimando farda
O ex-policial militar Douglas Roberto Vital Machado, que teve a pena aumentada pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) por envolvimento no desaparecimento e morte do pedreiro Amarildo Dias de Souza, publicou um vídeo queimando a farda Polícia Militar.
O que aconteceu:
Nas redes sociais, Douglas afirmou que tinha esperanças de ser absolvido e de que voltaria a integrar o quadro da Polícia Militar do Rio de Janeiro. A pena do ex-PM, conhecido como Douglas Macaco, passou de 11 anos e seis meses de prisão para 13 anos e 8 meses de reclusão.
No vídeo em que mostra a farda da corporação sendo queimada, ele escreveu que amou "incondicionalmente" a profissão, e que foi condenado, não pelas provas, mas pela imprensa.
Morro hoje para uma profissão que amei incondicionalmente e me sacrifiquei para no final ser culpado, não porque todas as provas dizem que eu sou culpado, e sim porque não poderia contrariar uma mídia que desde o início me apontou como culpado
Douglas Roberto Vital Machado, ex-PM condenado pela morte de Amarildo
Douglas Vital afirmou ainda que após a decisão do STJ, vai deixar o Rio de Janeiro e vender os seus negócios. Ele passou sete anos preso pelo crime.
Ele diz acreditar que não deve voltar para a prisão, mesmo após o aumento da pena. "Acredito que não devo voltar para a prisão porque passei quase sete anos preso. Ainda assino, o processo ainda conta. Então, acredito que não devo voltar a ser preso. Mas minha condenação que acabaria agora vai ser prorrogada".
Tive uma dose muito grande de esperança. Que coisas sérias poderiam acontecer e que eu pudesse enfim provar minha inocência, de um fato que tenho a plena convicção de que sou inocente, assim como meus companheiros (...) O julgamento deixou claro que não tenho condições e não vou mais vestir a farda que tanto amo, que carrego comigo, estava em meus armários.
Douglas Roberto Vital Machado, ex-PM condenado pela morte de Amarildo
STJ aumenta penas de PMs condenados
Por unanimidade, a Sexta Turma do STJ (Superior Tribunal de Justiça) aumentou a pena de oito policiais condenados em 2015 pelo desaparecimento e morte do pedreiro Amarildo Dias de Souza, ocoridos há dez anos a UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) da Rocinha, Zona Sul do Rio.
Os ministros apontaram a repercussão internacional do caso e o fato do corpo não ter sido encontrado até hoje como circunstâncias para endurecer a pena. Os ministros também rejeitaran recursos dos agentes policiais, que alegavam ilegalidades no inquérito.
Como ficou a pena dos policiais
Edson dos Santos: 16 anos, 3 meses e 6 dias de prisão;
Douglas Vital: 13 anos, 6 meses e 5 dias de prisão;
Luiz Felipe de Medeiros: 12 anos, 8 meses e 3 dias de prisão;
Marlon Reis, Felipe Maia, Wellington da Silva, Anderson Maia e Jorge Luiz Coelho: 9, 5 meses e 15 dias de prisão.
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Amarildo Dias de Souza desapareceu em 2013, aos 42 anos, após ser levado por policiais a uma Unidade de Polícia Pacificadora na favela da Rocinha, no Rio de Janeiro. O ajudante de pedreiro nunca foi encontrado desde então. As investigações apontaram que Amarildo foi torturado e morto pelos agentes.
Os PMs suspeitaram que o ajudante de pedreiro sabia onde traficantes locais escondiam armas e drogas.
A família de Amarildo registrou o sumiço dois dias depois, o que acabaria dando origem a uma campanha de alcance internacional contra a violência policial no Rio. Dois anos e meio depois, no final de janeiro de 2016, a Justiça fluminense condenou 13 PMs envolvidos no caso.
No ano passado, a 2ª Turma do STJ manteve a condenação que obriga o governo do Rio de Janeiro a pagar uma pensão e indenização de R$ 500 mil por danos morais para a mulher e filhos de Amarildo.
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