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Atentado constitui "tremendo golpe" ao regime de Assad, diz rei da Jordânia

Do UOL, em São Paulo

18/07/2012 18h50Atualizada em 18/07/2012 21h23

O atentado desta quarta-feira (18) em Damasco decapitou o aparato de segurança do governo sírio e constitui um “tremendo golpe ao regime” de Bashar Assad, disse o rei Abdullah 2º, da Jordânia, em entrevista à rede de TV americana “CNN”.

No entanto, ele acrescentou que “as coisas estão ficando muito, muito complicadas”, na Síria. E disse acreditar que o “pior cenário” para a região possa ocorrer, uma guerra civil aberta. “Não há retorno do abismo”, completou.

Nesta quarta-feira, um atentado contra a sede da Segurança Nacional matou pelo menos três oficiais do alto escalão do país --que enfrenta um grave conflito civil desde março do ano passado. 

 

As mortes confirmadas são do ministro da Defesa da Síria, general Daoud Abdelah Rajha, o cunhado do presidente Bashar al-Assad, Assef Shawkat (que era vice da pasta) e o general Hassan Turkmeni, chefe da célula de crise criada para combater a rebelião síria. 
 
Inicialmente, o ministro do Interior do país, Mohammad Ibrahim al-Shaar, foi incluído entre as vítimas, mas a sua morte não foi confirmada. Informações dão conta de que ele foi gravemente ferido no ataque e está hospitalizado.

O canal de televisão informou que uma "bomba terrorista" foi detonada no prédio durante um encontro de ministros e autoridades de defesa, ferindo diversas pessoas. O Exército da Síria comprometeu-se a perseguir os autores do atentado para eliminá-los e "limpar a pátria de maldade", de acordo com comunicado lido na rede de televisão oficial após a confirmação da morte de Rajha e Shawkat.

Na Jordânia, as manifestações da Primavera Árabe --série de revoltas populares que derrubou governos como o do Egito e que gerou os violentos conflitos na Síria-- foram contornadas com promessas de reformas e mudanças no alto escalão.

Em junho deste ano, o governo jordaniano concedeu asilo político a um piloto sírio que desertou da Força Aérea de seu país enquanto efetuava um voo de treinamento perto da fronteira com a Jordânia.

As autoridades da Jordânia defenderam em várias ocasiões uma solução política ao conflito sírio. Também apresentaram uma posição de evitar interferir nos assuntos internos do país vizinho e concentrar-se em administrar a chegada de milhares de refugiados sírios.

(Com agências internacionais)