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Cinco terroristas são presos em campo de gás na Argélia, e outros três são procurados, diz TV

Imagem divulgada por agência mauritana mostra Abdul Rahman al-Nigeri, suposto líder dos sequestradores - AFP/ANI
Imagem divulgada por agência mauritana mostra Abdul Rahman al-Nigeri, suposto líder dos sequestradores Imagem: AFP/ANI

Do UOL, em São Paulo

20/01/2013 15h02

As forças especiais da Argélia prenderam cinco extremistas no campo de exploração de gás onde um grupo de islamitas armados tomaram centenas de reféns, em In Amenas, sudeste do país africano. Outros três sequestradores fugiram, informou o canal de TV Ennahar.

"Cinco terroristas foram presos nesta manhã", anunciou a TV. As forças especiais continuam a vasculhar o campo de gás, tomado pelos rebeldes na quarta-feira (16). Para retomar o controle da jazida, o Exército argelino lançou uma ofensiva final no sábado, quatro dias depois.

"Outros três estão em fuga", disse à agência AFP o diretor da emissora, Anis Rahmani.

O diretor ainda declarou que 25 corpor de reféns foram encontrados no campo de gás. Ele citou uma fonte da segurança, segundo a qual, entre os cadáveres encontrados, estão os de nove japoneses sequestrados.

 

Já o governo do Reino Unido informou que seis cidadãos do país morreram ou estão desaparecidos, e que outros 22 reféns dessa nacionalidade sobreviveram ao sequestro.

Entenda a relação entre o sequestro na Argélia com a intervenção francesa no Mali

  • Arte/UOL

    Em 11 de janeiro, a França se declarou em "guerra contra o terrorismo" no Mali e interveio militarmente na nação africana, a pedido do governo local. O objetivo era combater grupos extremistas que controlam várias regiões do país, sobretudo no norte. Para a intervenção, a França obteve apoio da ONU e da Otan, além de apoio logístico de vários países europeus --entre eles o Reino Unido-- e dos Estados Unidos.

    No dia 13, a Argélia permitiu que a França utilizasse seu espaço aéreo para intervir no norte do Mali. Em retaliação, um grupo extremista sequestrou um campo de gás em In Amenas, no centro-leste da Argélia. O campo de gás é controlado por um consórcio formado pela argelina Sonatrach, a britânica BP e a norueguesa Statoil, e produz gás equivalente a 160 mil barris de petróleo por dia, mais de um décimo da produção total da Argélia.

    No sábado (19), o sequestro acabou com uma ação final do Exército argelino. Ao todo, 23 reféns e 32 sequestradores foram mortos, informou o Ministério do Interior da Argélia. Este número, porém, pode aumentar. As forças argelinas conseguiram libertar 685 empregados argelinos e 107 estrangeiros.

Número pode aumentar

O governo da Argélia anunciou que pode aumentar o número de reféns mortos depois de quatro dias de cerco e ataques de forças argelinas à refinaria.

Segundo o ministro das Comunicações argelino, Mohammed Said, o número final de mortos deve ser divulgado nas próximas horas. Em uma entrevista para uma rádio argelina, Said afirmou que o número de mortos "infelizmente, vai ser revisado para cima".

Ele acrescentou que os militantes responsáveis pelo sequestro são de seis nacionalidades diferentes, "países árabes e africanos e de países não africanos".

O governo argelino havia anteriormente anunciado um balanço provisório de 23 reféns e 32 extremistas mortos no ataque.

Culpados

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, responsabilizou os "terroristas" pela morte dos reféns na refinaria.

"Este ataque é outro lembrete da ameaça da Al-Qaeda e outros grupos extremistas violentos no norte da África", disse Obama no sábado.

"Vamos continuar trabalhando com todos nossos parceiros para combater a calamidade do terrorismo na região."

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, afirmou que os militantes realizaram um "ataque cruel e covarde". Ele admitiu que as reação das autoridades argelinas ao sequestro foi criticada, mas acrescentou que era "extrememamente difícil responder (a este sequestro) e acertar em todos os aspectos".

A agência de notícias estatal APS afirmou, citando o Ministério do Interior da Argélia, que 685 funcionários argelinos foram libertados. Dos 132 trabalhadores estrangeiros do complexo, 107 teriam sido resgatados.

Os extremistas seriam liderados por Abdul Rahman al-Nigeri, segundo a agência de notícias ANI, da Mauritânia.

Eles afirmaram ter agido em retaliação à intervenção militar francesa no Mali.