Obama reafirma compromisso dos EUA com criação do Estado Palestino
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, reafirmou nesta quinta-feira (21) em Ramallah, em entrevista coletiva conjunta com o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, seu compromisso com a criação do Estado Palestino.
Obama disse ainda que a construção de assentamentos por Israel na Cisjordânia não "avança a causa da paz". No entanto, Obama não chegou a exigir um congelamento das construções para permitir que as negociações sejam retomadas.
"Os palestinos merecem ter seu próprio Estado. Os Estados Unidos estão completamente comprometidos para ver um Estado da Palestina independente e soberano", afirmou Obama, que também defendeu a "solução de dois Estados" para os conflitos entre Israel e Palestina. Segundo Obama, esse é um objetivo que só pode ser alcançado "através de negociações diretas".
Análise
A visita que o presidente Barack Obama iniciou na quarta-feira (20) a Israel "parece a missa de réquiem para o processo de paz com os palestinos, moribundo faz tempo", afirma o jornalista Clóvis Rossi, da Folha de S. Paulo. Para o jornalista, o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu não aceita dividir a terra de Israel com os palestinos.
Mahmoud Abbas, por sua vez, disse que está convencido de que o presidente dos EUA e o secretário de Estado, John Kerry, saberão "eliminar os obstáculos no caminho para a paz".
Obama chegou de helicóptero em Ramallah nesta quinta pouco antes das 11h (6h de Brasília) para se reunir com Abbas, presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP). O presidente dos EUA foi recebido por uma banda militar que tocou os hinos dos EUA e da Palestina e em seguida cumprimentou o chefe de governo, Salam Fayyad, os membros do Conselho de Ministros e outros altos funcionários.
Bandeiras americanas e palestinas, grandes medidas de segurança e tapetes vermelhos serviram de cenário para uma cerimônia solene na qual não surgiram os sorrisos e brincadeiras que ontem caracterizaram sua chegada em Israel.
Obama e Abbas passaram revista a uma guarda militar antes de entrar na sede do governo, na esplanada de Muqata, para uma reunião. Ambos dirigentes têm programados para hoje um almoço de trabalho e uma entrevista coletiva.
A cerimônia foi transmitida ao vivo pela televisão oficial da Autoridade Nacional Palestina (ANP), que governa na Cisjordânia, mas não pela emissora do movimento islamita Hamas em Gaza.
Por meio de um comunicado, o primeiro-ministro de Gaza, Ismail Haniyeh, disse que não espera "nenhum resultado desta visita".
"Não esperamos que Obama vá mudar a equação política no terreno. Não acreditamos que a política americana vá pôr fim à ocupação israelense", acrescentou.
O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, chegou antes de Obama em Ramallah. Em sua primeira visita à região como presidente, Obama deu ênfase especial na visita ao encontro com jovens israelenses e palestinos. Nesta tarde, em Jerusalém, o governante pronunciará um discurso para universitários israelenses.
Centenas de manifestantes se concentraram nesta quinta-feira (21) em uma praça de Ramallah, na Cisjordânia, para protestar contra a visita do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, à Palestina.
Segundo a agência palestina "Maan", os manifestantes retiraram o sapato, seguindo um costume da região, e cantaram palavras de ordem contra Obama, como "deixe de apoiar os crimes de guerra israelenses" e "Estados Unidos, Israel e Grã-Bretanha: o triângulo do terror".
Foguetes caem em Israel
Nesta quinta, segundo dia da visita de Obama a Israel e aos territórios palestinos, caíram no território israelense dois foguetes disparados a partir da Faixa de Gaza.
Um dos foguetes explodiu no pátio de uma casa da cidade de Sderot, provocando danos. O segundo artefato caiu em um campo", afirmou o porta-voz da polícia, Micky Rosenfeld. É o primeiro ataque deste tipo que acontece desde novembro.
Visita histórica
Obama faz tour de três dias por Israel e territórios palestinos em sua primeira viagem para a região como presidente dos EUA, considerada histórica pelo ineditismo. Esta também é a primeira viagem internacional de Obama em sua segunda gestão.
Na tarde de hoje, de volta a Israel, Obama falará diretamente ao público israelense no discurso no Centro de Convenções em Jerusalém. O presidente americano deverá expor a sua visão de solução de dois Estados para o conflito israelense-palestino.
Negociações de paz
No primeiro dia de visita à Israel, nesta quarta, o presidente Barack Obama defendeu o direito de defesa de Israel em reunião com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. Momentos antes, logo após desembarcar em Israel, Obama afirmou que "a paz deve chegar à Terra Santa".
A Casa Branca disse que o presidente Obama não traz um novo plano de paz e nem pretende exercer pressões sobre o governo israelense para que faça "gestos de boa vontade" para com os palestinos. "O objetivo do presidente é ouvir", disseram porta-vozes. (Com agências de notícias)
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