Jovens de Cleveland devem evitar voltar logo à rotina, diz ex-sequestrada austríaca
A austríaca Natasha Kampusch, 25, sabe bem o que Amanda Berry, Gina DeJesus e Michelle Knight --as três mulheres que passaram cerca de uma década sequestradas em uma casa em Cleveland, nos Estados Unidos-- estão enfrentando.
De 1998 até 2006, Natasha ficou também presa em uma casa, em Viena. Seu sequestrador, Wolfgang Priklopil, a estuprava e agredia, assim como as ex-reféns americanas acusam Ariel Castro de ter feito.
Após oito anos de cativeiro, a austríaca conseguiu fugir e seu sequestrador acabou se suicidando. Para Natasha, a sensação de liberdade após o fim da tortura é algo indescritível.
“É uma sentimento de alegria que não pode se comparar a nada. As mulheres em Cleveland devem realmente tentar saborear este sentimento de alegria tanto tempo quanto possível e evitar serem empurradas logo de volta para a vida cotidiana”, afirmou em entrevista ao canal de TV “CNN”.
Natasha tinha dez anos quando foi sequestrada. Ela escreveu no livro “3.096 Dias” que chegava a apanhar 200 vezes por semana.
Diferentemente do caso americano, a austríaca não tinha a companhia de outras reféns no seu cativeiro. Além disso, ela nunca soube o real motivo de seu sequestro.
A jovem conta que os primeiros dias após a saída do cativeiro são muito difíceis.
“A imprensa está em todas as partes e eu tive que restabelecer uma relação com meus pais de novo”, contou.
Ter de lidar com pessoas que não acreditam que a história de seu sequestro tenha sido totalmente verdadeira também foi doloroso para Natasha, que aconselhou as ex-reféns de Cleveland: "Não se preocupem com aquilo que as pessoas dizem. Vocês passaram por isso. Vocês sobreviveram a isso. São vocês que terão de conviver com essa experiência para o resto da vida”, disse.
Natasha afirmou que ficou muito feliz de saber que as mulheres de Cleveland estão vivas. “Estou muito contente pelas três e, graças a Deus, elas sobreviveram ao sequestro. Com certeza, são mulheres muito fortes”, disse.
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