Não usamos 400 crianças mortas com gás como desculpa para ataque, diz Obama
O presidente norte-americano, Barack Obama, disse que os EUA não "fabricariam" a morte de 400 crianças para ter uma desculpa para intervir na Síria. A afirmação foi feita durante coletiva de imprensa realizada nesta sexta-feira (6) em São Petersburgo, onde aconteceu a reunião do grupo G20.
Segundo Obama, "mais de 1.400 pessoas morreram em um ataque com gás" nos arredores de Damasco, no mês passado.
Repercussão da decisão de Obama
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"Mais de 400 delas eram crianças. Isso não é algo que nós fabricamos. Não é algo que estamos usando como uma desculpa para uma ação militar", disse. "Fui eleito para acabar com guerras, não começá-las", completou Obama.
Obama disse ainda que todos os países do G20 concordaram que armas químicas foram usadas no ataque de 21 de agosto em Damasco. As únicas dúvidas, afirma o presidente norte-americano, são quem usou armas químicas e qual o melhor meio de responder à situação.
"A maioria das pessoas está confortável com nossa conclusão de que o regime [do presidente sírio, Bashar] Assad foi responsável por seu uso", afirmou Obama.
O impasse no G20, diz Obama, tem a ver com que papel a ONU poderia ter sobre uma intervenção no país árabe. Obama voltou a defender uma ação militar na Síria, citando a "paralisia" do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas.
Para o presidente americano, a norma que proíbe o uso de armas químicas em conflitos está em jogo e pode acabar sem efeito caso a Síria não sofra uma intervenção militar.
"Quando existe uma violação em uma norma tão importante e a comunidade internacional fica paralisada, congelada e não toma uma ação, essa norma fica sem efeito e outras normas também acabam ficando sem efeito. E isso nos deixa com escolhas mais difíceis e com mais dificuldade de responder no futuro", disse.
Segundo Obama, tanto ele quanto o presidente russo Vladimir Putin concordam que de fato houve um ataque químico na Síria. O que ambos discordam é sobre o mandante do ataque. Além disso, Rússia e EUA também consideram que o conflito sírio "só pode ser resolvido com uma transição política".
Em entrevista coletiva anterior à de Obama, Putin havia dito que a maior parte dos países do G20 era contra uma intervenção militar na Síria.
"O que eu tentei explicar [a Putin] é que talvez possamos não resolver o problema todo, mas pelo menos o problema de usar armas químicas em crianças", disse Obama. "Neste problema particular do uso de armas químicas em crianças é necessário agir. Isso é importante para nós", completou.
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