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Jornalistas franceses sequestrados no Mali estão mortos, diz ministério

Montagem mostra fotos dos radialistas franceses Ghislaine Dupont e Claude Verlon, funcionários da RFI (Rádio Francesa Internacional) que foram sequestrados e mortos no norte do Mali, país africano. Eles estavam indo entrevistar um líder tuareg quando foram raptados - AFP
Montagem mostra fotos dos radialistas franceses Ghislaine Dupont e Claude Verlon, funcionários da RFI (Rádio Francesa Internacional) que foram sequestrados e mortos no norte do Mali, país africano. Eles estavam indo entrevistar um líder tuareg quando foram raptados Imagem: AFP

Do UOL, em São Paulo

02/11/2013 16h53Atualizada em 05/11/2013 09h01

Dois jornalistas franceses da Radio France Internacional (RFI) sequestrados no Mali por um grupo armado foram encontrados mortos, informou neste sábado (2) o ministério das Relações Exteriores em Paris.

"Os serviços do Estado francês, de maneira conjunta com as autoridades do Mali, fazem tudo em seu poder para esclarecer, o mais rapidamente possível, as circunstâncias das mortes" de Claude Verlon e Ghislaine Dupont, revelou a chancelaria.

A RFI revelou que Dupont e Verlon foram sequestrados por homens armados por volta das 13h local (11h em Brasília) diante da residência de Ambéry Ag Rhissa, um representante do Movimento Nacional para a Libertação do Azawad (PMNLA, rebelião tuareg), que pretendiam entrevistar.

Ag Rhissa disse que "escutou um barulho suspeito fora da casa e, ao abrir a porta, viu os sequestradores empurrando os jornalistas para dentro de uma caminhonete". Os sequestradores "usavam turbantes e falavam tamachek", a lingua dos tuaregue. Eles forçaram Ag Rhissa a entrar na residência e "fizeram o motorista se deitar no chão".

Segundo o motorista, os dois jornalistas protestaram e tentaram resistir, sem sucesso. Outras testemunhas informaram à RFI que os sequestradores seguiram de carro em direção a Tin-Essako, a leste de Kidal.

"Indignação"

O Exército francês intervém desde janeiro no Mali, de onde expulsou os grupos islamitas armados que ocupavam o norte do país.

O presidente da França, François Hollande, manifestou sua "indignação" com a morte dos dois jornalistas e convocou uma reunião para a manhã deste domingo (3) com os ministros "para estabelecer exatamente como ocorreram os assassinatos".

Hollande e o presidente do Mali, Ibrahim Boubacar Keita, mantiveram uma conversa por telefone na qual "destacaram sua vontade de prosseguir, sem descanso, com sua luta contra os grupos terroristas que permanecem no norte do Mali", segundo comunicado da presidência francesa.

Ibrahim Boubacar Keita apresentou a Hollande "as condolências do povo do Mali diante do assassinato dos jornalistas da RFI Ghislaine Dupont e Claude Verlon", e os dois concordaram que "homicídios odiosos como o de hoje em Kidal só reforçam a determinação dos dois países em prosseguir e vencer a guerra comum contra o terrorismo", destaca o comunicado.

França, Mali e a Minusma, a força de paz da ONU no Mali, colocaram em andamento uma operação conjunta no país há uma semana para evitar um ressurgimento dos movimentos terroristas.

O Alto Conselho para a Unidade do Azawad (HCUA, notáveis tuaregues) condenou "com a máxima energia o assassinato dos dois jornalistas da RFI ocorrido neste sábado em Kidal" e apresentou "suas condolências às famílias das vítimas e à Nação francesa".(Com agências internacionais)