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Venezuela fala em apagão "provocado" e coloca Forças Armadas em alerta

Do UOL, em São Paulo

03/12/2013 05h34

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pôs em alerta as Forças Armadas Bolivarianas e os corpos de segurança do país, nesta terça-feira (3), após o blecaute que deixou às escuras parte da região central e oeste da Venezuela na noite de ontem (2). O governo sugeriu que o incidente foi provocado.

Maduro disse através do canal estatal "VTV" que colocou em alerta as Forças Armadas, e que o "Alto Comando se encontra reunido porque temos informações sobre novos ataques contra o sistema elétrico".

"Estão em alerta todos os corpos de segurança para proteger o povo", disse.

Um blecaute na noite de segunda-feira (2) deixou vários Estados do centro e do oeste da Venezuela temporariamente às escuras devido a uma falha na mesma conexão elétrica que gerou uma situação similar há três meses.

O ministro da Energia Elétrica, Jesse Chacón, afirmou que "a falha que ocorreu hoje, é uma falha provocada", e relatou que o blecaute aconteceu depois que um cabo de uma torre de alta tensão em Guárico, no centro país, se soltou, algo que, disse, nunca ocorreu com as condições climáticas que havia hoje nessa parte do país.

"Os corpos de segurança já estão se transferindo para o local e vamos levar esta investigação até as últimas consequências", declarou Chacón.

O ministro acrescentou que o fluxo normal do fornecimento de eletricidade foi sendo restabelecido gradativamente e já está praticamente normalizado em todo o país.

Maduro disse que o governo vai tomar "todas as medidas" porque "esta gente entra em desespero", em alusão aos líderes da oposição, e lembrou que hoje completam 11 anos da greve dos petroleiros organizada contra o então presidente Hugo Chávez.

O governo venezuelano determinou algumas medidas para proteger o sistema elétrico após o blecaute ocorrido em 3 de setembro.

Na época, o presidente venezuelano ordenou a militarização da rede elétrica e a mobilização de trabalhadores e militares para vigiar as instalações.

O ministro do Interior e Justiça, Miguel Rodríguez Torres, informou que mandou às ruas "milhares de funcionários" da Guarda Nacional (Polícia Militar) e da Polícia Nacional para atender qualquer contingência após "esse estranho evento".

"O país foi afetado pelo apagão que causa intranquilidade e declarações patéticas de membros do governo. Pelo menos uma vez em suas vidas sejam responsáveis!", escreveu no Twitter o líder da oposição, Henrique Capriles, após o incidente.