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'Eu me dou o direito de não me manifestar sobre Snowden', diz Dilma

A presidente Dilma Rousseff toma café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto - Alan Marques/ Folhapress
A presidente Dilma Rousseff toma café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto Imagem: Alan Marques/ Folhapress

Marina Motomura

Do UOL, em Brasília

18/12/2013 11h35Atualizada em 18/12/2013 16h05

Em café da manhã com jornalistas na manhã desta quarta-feira (18) no Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff disse que o governo brasileiro não se manifestará sobre o suposto pedido de asilo do delator do esquema de espionagem americano, Edward Snowden, ao Brasil.

ALVOS DE ESPIONAGEM

Telefonemas, e-mails e IPs de computadores de Dilma e assessores
Rede privada de computadores da Petrobras
Telefonemas e e-mails do Ministério de Minas e Energia do Brasil
Telefone celular da chanceler alemã, Angela Merkel
E-mail do ex-presidente do México Felipe Calderón

“Eu não acho que o governo brasileiro tem de se manifestar sobre algo de um indivíduo que não deixa claro, não dirigiu nada para nós. Nós não somos um órgão ao qual se faz ou se consulta ou se comunica por interpostas, de formas em que há intermediários. A nós, não foi encaminhado nada. Me dou completamente ao direito de não me manifestar sobre o que não foi encaminhado."

Segundo Dilma, o governo não pode responder a comunicações feitas por intermediários.

Nesta terça-feira (17), o jornal "Folha de S.Paulo" revelou que o ex-agente da NSA (a agência de segurança americana) teria pedido, em carta, asilo ao Brasil.

"Vou me manifestar como? Não me encaminharam nada, não me pediram nada e, mais do que isso, eu não interpreto cartas de ninguém. Não é minha missão", encerrou Dilma.

Snowden foi o responsável por revelar o esquema de espionagem do governo americano a vários países, entre eles o Brasil. Atualmente, ele está na Rússia, onde tem asilo temporário até o meio de 2014.

No documento divulgado ontem, intitulado "Carta Aberta ao Povo do Brasil", Snowden diz que a reação do país às suas revelações foi "inspiradora". "Se o Brasil ouvir apenas uma coisa de mim, que seja o seguinte: quando todos nos unirmos contra as injustiças e em defesa da privacidade e dos direitos humanos básicos, poderemos nos defender até dos mais poderosos dos sistemas", escreveu o ex-agente.

No encontro com a imprensa, a presidente falou ainda sobre economia, reforma ministerial e fez um balanço do ano de 2013 no seu governo.