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Copiloto sequestra avião da Ethiopian Airlines para pedir asilo na Suíça

Avião da Ethiopian Airlines pousa em Genebra (Suíça) após tentativa de sequestro por parte do copiloto - Denis Balibouse/Reuters
Avião da Ethiopian Airlines pousa em Genebra (Suíça) após tentativa de sequestro por parte do copiloto Imagem: Denis Balibouse/Reuters

Do UOL, em São Paulo

17/02/2014 07h45Atualizada em 17/02/2014 08h01

O copiloto de um avião da companhia aérea Ethiopian Airlines sequestrou um voo que ia de Adis Abeba, na Etiópia, para Roma, na Itália, e desviou a aeronave para Genebra, na Suíça, informou nesta segunda-feira (17) o porta-voz do aeroporto local.

O homem, de 31 anos, afirmou que se sentia ameaçado em seu país e pediu asilo político na Suíça, disse o porta-voz Bertrand Stampfli.

O voo tinha 193 passageiros a bordo, incluindo 140 cidadãos italianos, segundo um canal de TV etíope. O voo ET-702, que havia decolado de Adis Abeba às 00h30 locais, tinha pouso previsto em Roma às 4h40 locais, mas foi desviado para Genebra.

O copiloto explicou que aproveitou o momento em que o comandante foi ao banheiro para trancar a cabine, quando sobrevoava o Sudão.

O sequestrador, um etíope, entrou em contato com o aeroporto de Genebra, quando passava pela Itália, e anunciou que precisava pousar para abastecer a aeronave e depois informou o sequestro, explicou Stampfli. A aeronave foi escoltada por dois caças da Força Aérea da Itália.

"Às 6h02, o avião pousou sem problemas", disse.

O copiloto deixou o avião por meio de uma janela no cockpit. Ele não portava armas, segundo o porta-voz. O sequestrador será levado à Justiça ainda nesta segunda-feira.

Tecnicamente, o sequestrador pode ser acusado de "tomada de reféns", crime que pode resultar em uma condenação de 20 anos de prisão.

Além do susto e do transtorno, os passageiros ainda tiveram de ser revistados pela polícia suíça, assim que deixaram a aeronave.

O sequestro do avião causou o cancelamento de alguns voos de curta distância em Genebra e algumas chegadas foram desviadas para outros aeroportos.

Um aplicativo de rastreamento de voo para dispositivos móveis mostrou o vôo circulando sobre a cidade suíça várias vezes antes de pousar .

Como a Ethiopian Airlines é uma empresa estatal, o copiloto trabalha para o governo. O último funcionário etíope a pedir asilo foi Ermias Legesse, ex-ministro das Informações, que fugiu para os Estados Unidos em 2009.

Este não foi o primeiro caso de sequestro de avião envolvendo um cidadão da Etiópia. Em 1993, um etíope escondeu uma arma em seu chapéu para sequestrar uma aeronave com destino a Nova York. Ele foi condenado a 20 anos de prisão nos EUA.

Dois anos depois, a polícia na Grécia dominou um sequestrador etíope que colocou uma faca na garganta de uma aeromoça da Olympic Airways e exigiu asilo político.

Pelo menos 50 pessoas morreram quando um avião de passageiros da Ethiopian Airlines sequestrado caiu no Oceano Índico em 1996. (Com AFP e Reuters)