Topo

'Vou lutar pelo futuro do país', diz presidente deposto da Ucrânia

Do UOL, em São Paulo

28/02/2014 10h27

O presidente ucraniano deposto, Viktor Yanukovich, afirmou nesta sexta-feira (28), em entrevista concedida em Rostov-on-dom, na Rússia, que está “pronto para lutar pelo futuro do país”. Ele disse que não foi “deposto”, mas teve que fugir devido às ameaças sofridas. “Atiraram em mim de todos os lados enquanto eu deixava a capital”.

De acordo com ele, o governo interino é “ilegítimo”, e o poder foi tomado por “facistas e desordeiros”. Foi a primeira vez que Yanukovich apareceu em público desde que foi deposto pelo parlamento, no sábado (22), após abandonar a capital Kiev durante os protestos na praça Independência.

"Nenhuma das leis aprovadas pelo parlamento desde o golpe tem validade", afirmou. Após depor Yanukovich, a corte aprovou a libertação da ex-primeira-ministra Yulia Timoschenko (sua inimiga política) e o retorno à Constituição de 2004, que limita os poderes do presidente.

O ex-presidente defendeu a unidade de elite da polícia conhecida como "Berkut" (Águia), acusada de atirar indiscriminadamente em militantes no centro de Kiev. "Eu nunca dei ordem para que a polícia atirasse, mas a Berkut estava se defendendo", afirmou. A tropa foi dissolvida pelo governo interino.

Yanukovich acusou os manifestantes de não cumprirem o acordo firmado entre governo e oposição, que previa o desarmamento do movimento antigoverno sediado na praça Independência.

Indagado se tinha vergonha de tudo o que aconteceu, o ex-presidente se desculpou com a população ucraniana por não ter conseguido impedir que os protestos chegassem a esse ponto. Ele voltou a criticar a ação dos países ocidentais, que teriam “inflamado” os ânimos de manifestantes em Kiev.

Antes de se refugiar na Rússia, Yanukovich disse ter ido para a Carcóvia, segunda maior cidade ucraniana e depois para Donetsk (Rússia). Ele disse que irá retornar para a Ucrânia assim que sua segurança for garantida.

Presidência

Yakunovich disse que não irá disputar as eleições presidenciais convocadas pelo governo interino para maio por considerá-la "ilegal". Atualmente, ao menos dois políticos da oposição já anunciaram candidaturas: Yulia Timoschencko (libertada da prisão após a queda do governo) e o ex-boxeador Vitali Klitschko.

Crimeia

O presidente deposto comentou a situação na Crimeia, região autônoma da Ucrânia, de maioria russa. Hoje autoridades do país acusaram a Rússia de enviar tropas para a região. "É uma reação natural à usurpação do poder criminosa que aconteceu em Kiev", afirmou. "Como presidente do país, defendo que a Crimeia permaneça sob controle da Ucrânia", disse; (Com agências internacionais)