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Papa teve papel crucial em aproximação entre Cuba e EUA

Barack Obama se reúne com o papa Francisco, no Vaticano, em março deste ano - Gabriel Boyus/AFP
Barack Obama se reúne com o papa Francisco, no Vaticano, em março deste ano Imagem: Gabriel Boyus/AFP

Do UOL, em São Paulo

17/12/2014 15h53

O papa Francisco e o Vaticano tiveram um papel essencial, intermediando a aproximação histórica anunciada nesta quarta-feira (17) entre Estados Unidos e Cuba, indicou um funcionário americano de alto escalão.

O papa fez um apelo pessoal a Barack Obama em uma carta enviada neste verão (do hemisfério Norte) e se comunicou com Raúl Castro em outra correspondência enviada separadamente a ele. Além disso, o Vaticano recebeu delegações de ambos os países para concluir a aproximação, explicou a fonte.

O Vaticano também teve um papel-chave nas conversas iniciadas no ano passado para a soltura do prisioneiro Alan Gross, que se concretizou nesta quarta-feira, pouco antes do anúncio oficial das mudanças nas relações diplomáticas.

As correspondências teriam sido escritas em meados de 2014. Nelas, o pontífice pede para os dois líderes estreitarem as relações. O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, inclusive, encontrou seu homólogo do Vaticano, Pietro Parolin, na última segunda-feira (15). 

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, destacou em seu discurso o envolvimento "pessoal" do papa Francisco no processo de negociações entre seu país e Cuba. O presidente de Cuba, Raúl Castro, também agradeceu  o apoio do Vaticano e do papa Francisco na "melhora das relações entre Cuba e Estados Unidos" e ao governo do Canadá por ter facilitado o diálogo de "alto nível" entre os governos.

O papa Francisco "se agradou vivamente" com o anúncio do restabelecimento das relações entre Estados Unidos e Cuba", segundo o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi.

Em um comunicado oficial, o papa disse que gostaria de expressar "seus mais calorosos parabéns pela histórica decisão tomada pelos governos dos EUA e de Cuba de estabelecer relações diplomáticas, com o objetivo de superar as dificuldades que marcaram a história recente".

A nota detalha que nos últimos meses, o papa Francisco escreveu cartas e convidou os dois presidentes a resolverem "questões humanitárias de interesse comum, incluindo a situação de certos prisioneiros".

"Ele recebeu delegações dos dois países no Vaticano em outubro e abriu as portas de seus escritórios para facilitar o diálogo construtivo de questões delicadas, culminando em soluções aceitáveis aos dois países."

Também disse que assegura manter o apoio a iniciativas para fortalecer os laços entre as duas nações e promover o bem-estar dos cidadãos. (Com agências internacionais)