Capitão do Costa Concordia é condenado a 16 anos de prisão
O ex-capitão do Costa Concordia, Francesco Schettino, foi condenado a 16 anos e um mês de prisão nesta quarta-feira (11).
Ele ainda estará impedido de atuar como capitão pelo período de cinco anos, informou o tribunal de Grosseto, na Itália. A condenação também o obriga a pagar os custos do processo e o proíbe de concorrer a cargos públicos pelo resto de sua vida.
De imediato, o Tribunal de Grosseto rejeitou o pedido de prisão. Segundo a corte, não existe risco de fuga, por isso ele poderá recorrer em liberdade.
Conhecido mundialmente como "capitão covarde" por ter deixado o navio antes dos passageiros, o ex-comandante chorou ao prestar depoimento na fase final de seu julgamento.
"Talvez vocês não entenderam que, naquele dia 13 de janeiro de 2012, uma parte de mim também morreu", disse Schettino aos juízes, em uma declaração espontânea ao tribunal. "Fui acusado de não ter me sensibilizado pelas vítimas. Mas é minha maneira de exibir meus próprios sentimentos. Escolhi não instrumentalizar a dor", disse o ex-comandante, que chorou ao relembrar encontros que teve com sobreviventes em sua casa. "Não queria nada disso", contou.
Foram sete horas de deliberações, e Giovanni Puliatti, presidente do colégio de juízes, decidiu por esta condenação inferior à solicitação da promotoria. O promotor Stefano Pizza havia pedido ao tribunal uma pena de 26 anos e três meses de prisão para o ex-comandante.
Schettino respondeu por homicídio e lesão culposa (14 anos), naufrágio culposo (nove anos), abandono de incapazes (três anos) e omissões e falsas declarações (três meses). No entanto, ainda não se sabe se ele vai realmente para a cadeia antes do fim do longo processo de apelação na Itália, o que pode levar anos.
O Costa Concordia naufragou na noite de 13 de janeiro de 2012 quando o cruzeiro, no qual viajavam 4.229 pessoas, encalhou diante da ilha toscana de Giglio, 32 pessoas morreram e 64 ficaram feridas. Francesco Schettino estava no comando do navio, um hotel flutuante do tamanho de três campos de futebol, quando chegou perto demais da costa e atingiu rochas da ilha.
Críticas
Investigadores criticaram severamente o modo como ele agiu durante o desastre. Ao atingir as rochas, abriu-se um buraco no casco da embarcação, o que levou ao início de uma caótica remoção de mais de 4.000 passageiros e tripulantes durante a noite.
Schettino também é acusado de ter demorado para iniciar a retirada das pessoas e perdido o controle da operação, tendo abandonado o navio antes de todos os passageiros e tripulantes serem resgatados.
Ele foi deixado sozinho no banco dos réus para responder pelo desastre após a Costa Cruzeiros, uma unidade da Carnival Corp, pagar multa de 1 bilhão de euros (US$ 1,13 bilhão) para encerrar o caso e promotores aceitarem acordos com cinco outros funcionários. (Com agências internacionais)
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