Hamas convoca "nova Intifada" para "libertar Jerusalém"

O líder do Hamas na faixa de Gaza, Ismail Haniyeh, afirmou nesta sexta-feira (9) que a violência que atinge a Cisjordânia e Jerusalém Oriental é uma nova Intifada, a exemplo da revolta palestina de 1987 e 2000.

Haniyeh chamou os palestinos a ampliar a onda de ataques a fim de "libertar Jerusalém", em discurso durante a oração muçulmana da sexta-feira em uma das principais mesquitas da Cidade de Gaza. 

"A batalha por Jerusalém é a batalha de Gaza e a Intifada da Cisjordânia é a Intifada de nosso povo", disse, antes de acrescentar que seu movimento "sempre fará o apropriado para apoiar" o povo.

O grupo islamita Jihad Islâmica também pediu, de Gaza, para se realizar uma Intifada.

A região vive há nove dias uma onda de violência que tirou a vida de quatro israelenses e sete palestinos. Mais de uma dezena de israelenses e centenas de palestinos também ficaram feridos.

Embora a tensão tenha começado há três semanas, a violência disparou na quinta-feira passada, após o assassinato de dois colonos israelenses no norte da Cisjordânia, do qual Israel acusa uma célula de cinco membros do Hamas na cidade de Nablus.

Hoje aconteceram três ataques de palestinos com arma branca a israelenses, que ficaram feridos, enquanto um dos atacantes foi morto pela polícia.

Também foi registrado o apunhalamento de quatro árabes, dois palestinos e outros dois árabe-israelenses, por parte de um ultranacionalista judeu no sul de Israel.

"Confirmo que Gaza apoia a batalha por Jerusalém e (pela mesquita de) Al-Aqsa e apoia a bendita Intifada apesar da dor, do bloqueio e das conspirações", disse Haniyeh.

"Pedimos para reforçar e intensificar a Intifada (...) é o único caminho que levará à libertação dos territórios ocupados", acrescentou. 

Em discurso na quinta-feira (8), o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que não há solução rápida para a onda de ataques "solitários" de palestinos dos últimos dias.

"Estamos em meio a uma onda de terror... Não há solução mágica e as ações (sendo tomadas) não rendem resultados imediatos, mas com metódica determinação vamos provar que o terror não compensa e vamos derrotá-lo", disse Netanyahu em uma coletiva de imprensa, tendo a seu lado as principais autoridades de segurança do país. (Com agências internacionais)