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Celular achado em Paris deu pista para ação que matou 2 suspeitos de terrorismo

Do UOL, em São Paulo

18/11/2015 16h31Atualizada em 18/11/2015 21h28

O procurador francês Francois Molins disse nesta quarta-feira (18) que o telefone celular encontrado em uma lata de lixo nos arredores da casa de shows Bataclan serviu de pista para a operação que a polícia realizou em Saint Denis, subúrbio ao norte da capital francesa. Oito pessoas foram presas, entre elas uma mulher, e duas morreram --ele não confirmou as identidades dos mortos, mas afirmou que Abdelhamid Abaaoud, suposto mentor intelectual dos ataques em Paris, não está entre os detidos.

Mais de cem policiais e soldados invadiram o prédio durante a operação, que durou mais de sete horas. Segundo o procurador francês, a ação "desmantelou uma célula terrorista pronta para promover ataques iminentes". Foram encontrados fuzis AK-47 e cinturões de explosivos.

Uma mulher, que detonou explosivos presos ao corpo e um jihadista morreram na operação policial de busca a Abaaoud. Este foi o primeiro caso de uma mulher-bomba na França, cinco dias depois dos mais graves atentados da história recente do país, que deixaram pelo menos 129 mortos e 350 feridos, reivindicados pelo grupo EI (Estado Islâmico).

Questionado sobre as identidades das vítimas da operação desta quarta, Molins disse que não era possível confirmar, mas que Abaaoud pode ter passado pelo local. A imprensa especula que a mulher-bomba seria Hasna Aitboulahcen, suposta prima de Abaaoud.

O procurador confirmou que a polícia encontrou um telefone celular em uma lata de lixo perto do Bataclan, que teria enviado a mensagem “Estamos prontos e começando”. Investigadores agora tentam apurar quem recebeu a mensagem. Foi esse aparelho que deu a pista para a operação em Saint Denis.

Segundo Molins, os investigadores conseguiram identificar o sistema de logística dos terroristas: telefones, armas e várias casas-abrigo. “Três unidades coordenadas usaram logística sofisticada para executar os ataques”. O procurador disse que o GPS do Fiat preto encontrado em Montreaux prova que o veículo foi usado por três homens que abriram fogo contra um bar e restaurantes. “Também encontramos três fuzis AK-47 e impressões digitais de Abdeslam”, referindo-se à Salah, que é um dos foragidos e chegou a ser parado pela polícia duas vezes antes de supostamente deixar o país.

Suposto "mentor"

As primeiras informações sobre Abaaoud afirmavam que ele estaria em território sírio, mas informações de testemunhas apontavam que o suposto mentor dos atentados ainda estaria em território francês. Por isso, a operação contra o grupo de terroristas entrincheirados em um apartamento de Saint-Denis tinha como principal objetivo capturar Abaadoud.

Abaaoud é amigo de infância dos irmãos Abdeslam, muito em particular de Salah, o homem mais procurado da Europa desde domingo (15), quando foi identificado como organizador dos atentados da capital francesa e membro de uma das equipes de terroristas.

Abaaoud tinha subido na hierarquia do Estado Islâmico. Fontes dos serviços secretos europeus o consideravam um membro importante de seus serviços de espionagem e responsável da preparação de ataques no exterior. (Com agências internacionais)