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Suspeitas treinaram como usar veneno para matar Kim Jong-nam, diz polícia

O chefe de polícia da Malásia, Khalid Abu Bakar, demonstra para a imprensa como teria sido o ataque que matou Kim Jong-nam - Athit Perawongmetha/ Reuters
O chefe de polícia da Malásia, Khalid Abu Bakar, demonstra para a imprensa como teria sido o ataque que matou Kim Jong-nam Imagem: Athit Perawongmetha/ Reuters

Do UOL, em São Paulo

22/02/2017 09h59

As duas mulheres suspeitas de envenenar Kim Jong-nam, meio-irmão do líder norte-coreano Kim Jong-um, em um ataque no aeroporto da Malásia foram treinadas para manusear produtos tóxicos, disse a polícia nesta quarta-feira (22).

O chefe da polícia, Khalid Abu Bakar, disse que as mulheres sabiam como manipular material tóxico e "foram avisadas sobre as precauções a serem tomadas".

Khalid disse que as mulheres treinaram o ataque em dois shoppings de Kuala Lumpur. "Nós acreditamos fortemente que é algo planejado e que elas foram treinadas", disse Khalid à imprensa.

Segundo a polícia, as mulheres, uma indonésia e uma vietnamita, lavaram as mãos logo após envenenar Jong-nam.

A substância usada no crime ainda não foi identificada, mas era potente o suficiente para matar Jong-nam antes que ele chegasse ao hospital.

Imagens de câmera de segurança mostram que as mulheres mantinham as mãos afastadas de seus corpos após o ataque e seguiram para o banheiro para se lavar, segundo Khalid.

Esses detalhes não são claros no vídeo divulgado pela imprensa.

Khalid não confirmou se o governo norte-coreano estaria envolvido no crime. "O que está claro é que há norte-coreanos envolvidos", disse.

A polícia reforçou a segurança no local onde está o corpo de Kim Jong-nam.

A Embaixada da Coreia do Norte na Malásia pediu nesta quarta-feira (22) a libertação "imediata" dos suspeitos.

A polícia malaia não encontrou nenhuma "prova" que envolva os detidos, nove dias depois da morte do norte-coreano, afirmou a delegação norte-coreana em comunicado.

"Eles (a polícia) deveriam libertar imediatamente as mulheres inocentes do Vietnã e Indonésia, assim como o cidadão da RPDC (República Popular Democrática de Coreia), Ri Jong Chol, que foi detido sem motivos", diz a nota.

A embaixada argumentou que a investigação policial se baseou em um vídeo das câmeras de segurança no aeroporto de Kuala Lumpur. "Como pode ser possível que essas suspeitas estivessem vivas depois do incidente? Isto quer dizer que o líquido que elas diziam que era para uma piada não é veneno e que há outra causa para a morte", acrescenta no comunicado.