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Trump diz que atirador era "doente" e fala em discutir legislação sobre armas

Trump concede entrevista na área externa da Casa Branca nesta terça-feira (3) - AP Photo/Andrew Harnik
Trump concede entrevista na área externa da Casa Branca nesta terça-feira (3) Imagem: AP Photo/Andrew Harnik

Do UOL, em São Paulo

03/10/2017 10h19

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta terça-feira (3) que o autor do ataque a tiros de domingo em Las Vegas, que deixou 59 mortos e mais de 500 feridos, era um "indivíduo muito, muito doente", se recusando a chamar o incidente de terrorismo interno.

"Ele era um homem doente, um homem demente. Muitos problemas, eu imagino, e nós estamos investigando ele muito, muito seriamente", disse Trump pouco antes de viajar para Porto Rico, que ficou devastado após a passagem do furacão Maria.

O presidente também abriu a possibilidade para que a legislação norte-americana sobre armas, fruto de muita polêmica no país especialmente após tiroteios em massa, possa ser discutida. "Nós iremos falar sobre leis de armas com o passar do tempo", afirmou. Trump novamente focou em defender a atuação da polícia, qualificando como "milagre" a "rápida" resposta ao incidente.

O tema voltou a ser debatido após o massacre em Las Vegas. Congressistas e líderes democratas, como os postulantes à Presidência em 2016 Hillary Clinton e Bernie Sanders, cobraram novamente o controle do comércio de armas; Hillary afirmou que é preciso enfrentar a NRA (Associação Nacional do Rifle, na sigla em inglês), maior defensora do setor de armamentos.

Trump, por sua vez, já deu declarações de apoio a um maior controle na venda de armas anos atrás, mas se uniu ao grupo pró-NRA quando passou a aspirar à Presidência. A associação doou US$ 33 milhões ao republicano em sua campanha no ano passado.

O presidente ainda não havia levantado o debate sobre o tema depois do tiroteio em Las Vegas. Na segunda, se limitou a condenar os fatos como "ato de pura maldade", sem mencionar em nenhum momento a palavra "arma".

Já sua porta-voz, Sarah Sanders, afirmou em coletiva de imprensa que é "prematuro" falar de legislação para um maior controle de armas e opinou que esse debate pode acontecer mais adiante, ainda que Trump, lembrou, é "um férreo defensor" do direito a ter armas.

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Motivação desconhecida

O atirador cometeu suicídio em seu quarto no 32º andar do hotel Mandalay Bay, a partir do qual abriu fogo contra a multidão.

Os investigadores tentam descobrir os motivos que levaram Paddock, um contador público de 64 anos aposentado sem vínculos políticos ou religiosos conhecidos, a cometer a chacina.

A polícia afirmou que Paddock quebrou a janela de seu quarto no hotel pouco depois das 22h de domingo (2h de Brasília, segunda-feira) e abriu fogo com armas automáticas contra milhares de pessoas que acompanhavam um festival de música country na rua.