Presidente da Apex diz que foi indicado por Bolsonaro e segue trabalhando

Demitido pelo chanceler Ernesto Araújo na quarta-feira (10), o presidente da Apex Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), Alex Carreiro, trabalhou normalmente nesta quinta. A imprensa do órgão, que é vinculado ao Itamaraty, confirmou que Carreiro cumpriu expediente normalmente, "tendo efetuado despachos internos e recebido para audiências autoridades de Estado".

A nota da Apex destaca que Carreiro foi nomeado para o cargo "pelo presidente da República, Jair Bolsonaro". Questionada sobre o anúncio feito por Araújo nas redes sociais, A assessoria de imprensa afirmou que Carreiro não se pronunciará a respeito.

O Itamaraty informou ainda que não falará sobre o fato de o presidente da Apex seguir trabalhando. O Palácio do Planalto também não se pronunciou. No começo da noite, Bolsonaro postou a foto de uma reunião com representantes dos ministérios de Defesa, Ciência e Relações Exteriores --o presidente está ao lado de Ernesto Araújo na imagem.

Araújo indicou ainda o embaixador Mauro Vilalba para substituí-lo. Araújo creditou, em sua conta no Twitter, o afastamento a um pedido do próprio Carreiro. Fontes confirmam, no entanto, que o presidente da Apex não aceitou pedir demissão, e Araújo o comunicou que teria de sair mesmo assim, forçando o anúncio pelas redes sociais.

Segundo a agência de notícias Reuters, o estopim da crise teria sido a decisão de Carreiro de demitir 17 pessoas em sua chegada e estar planejando o afastamento de mais 19, inclusive funcionários com mais de 10 anos de casa. As reclamações chegaram aos gabinetes do Palácio do Planalto e Araújo teria sido cobrado pela crise na Apex.

Carreiro chegou a ir ao Planalto na manhã desta quinta-feira tentar um encontro com o presidente, mas não foi recebido. O presidente da Apex pretendia apelar a Bolsonaro por sua permanência no cargo.

De acordo com uma fonte, a empresária Letícia Catelani, indicada para a diretoria de Negócios da Agência, teve uma briga pública com Carreiro na agência ao assumir o cargo e descobrir que boa parte dos servidores da sua diretoria tinha sido demitida. Afastada do PSL durante a campanha por ter se indisposto com dirigentes do partido, Catelani se aproximou de Araújo durante a transição e se tornou um dos braços direitos do chanceler. (Com Reuters)