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Mãe é presa por suspeita de matar filho com banho de água fervente

Malachi Lawson, de 4 anos, tinha sinais de queimaduras graves quando corpo foi encontrado pela polícia - Reprodução/Facebook/Departamento de Polícia de Baltimore
Malachi Lawson, de 4 anos, tinha sinais de queimaduras graves quando corpo foi encontrado pela polícia Imagem: Reprodução/Facebook/Departamento de Polícia de Baltimore

Do UOL, em São Paulo

08/08/2019 12h26

O corpo de um menino de quatro anos foi encontrado no lixo em Baltimore, nos EUA, com sinais de queimaduras graves. Segundo a polícia, a criança morreu depois de sofrer sérios ferimentos decorrentes de um banho de água fervente que lhe foi dado dias antes. A mãe da criança e sua mulher foram presas suspeitas de executar o crime.

O menino Malachi Lawson foi inicialmente dado como desaparecido até ter o corpo encontrado no último sábado. De acordo com o jornal local Baltimore Sun, citando os documentos da polícia publicados na segunda-feira, a mãe ligou para reportar o desaparecimento da criança na última sexta-feira. A polícia, então, disparou alertas de busca pela criança.

De acordo com a polícia, a mãe biológica Alicia Lawson, de 25 anos, e sua esposa Shatika Lawson, de 40 anos, foram dar banho no menino depois dele ter se sujado. Shatika teria colocado-o em uma banheira e então as duas se viraram para lavar as roupas do menino na pia. Quando elas olharam de volta, perceberam que Malachi tinha sérios ferimentos na pele.

Os documentos dizem que os ferimentos da criança eram tão graves que era possível ver a pele flutuando na água. Temendo que o menino fosse retirado delas, a mãe decidiu tratá-lo em casa.

"As duas decidiram não ligar para o 911 [serviço de emergência dos EUA] ou procurar qualquer outro tipo de assistência médica por medo de que a criança fosse afastada delas, que ficassem em apuros pelo que aconteceu com a criança e seu passado com serviços de proteção à criança", está escrito nos documentos.

Nove dias depois, em 1º de agosto, Alicia acordou e notou que o menino não respondia mais. Supondo que ele estivesse morto, a mãe enrolou-o em um cobertor e ligou para um serviço de descarte de lixo que o deixou em uma lixeira a dez quilômetros de onde morava. Durante as investigações, a polícia descobriu no histórico de Alicia várias pesquisas sobre serviços de descarte de lixo.

A advogada de Shatika, Roya Hanna, defendeu que sua cliente não concordou em tratar o menino em casa. Ela queria leva-lo ao hospital, mas não pôde fazê-lo por não ser a mãe do menino. Segundo Hanna, Shatika "não tinha a intenção de fazer algo ruim" e que tudo "aconteceu muito rápido" - referindo-se ao banho quente - enquanto sua cliente estava ao telefone com a mãe.

Foi Shatika quem ligou para o 911 para reportar o desaparecimento de Malachi. Sua advogada diz que ela não sabia da morte da criança, que Alicia teria ocultado esta informação e sua cliente só ficou sabendo durante a prisão.

Durante as investigações, a polícia testou a água do banheiro onde Malachi morreu e constatou que "em nenhum momento a água excedeu a temperatura adequada", pois as suspeitas alegavam que a água esquentou por problema no equipamento. Hanna explicou que logo após o menino se queimar, as duas chamaram alguém para consertar a temperatura, mas o argumento não convenceu a polícia.

O defensor público que atende Alicia não comentou sobre o ocorrido e se limitou a dizer ao "Baltimore Sun" que sua cliente "tem conhecimento do que vai acontecer daqui para frente".

As duas foram presas e acusadas de 11 diferentes crimes, incluindo homicídio culposo, abuso infantil em primeiro grau, adulteração de provas e declarações falsas.