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Médico que vendia 'kit covid' se declara culpado em julgamento nos EUA

Médico vendia cloroquina em "kit covid"; remédio é ineficaz no combate à doença - Reprodução/NBC
Médico vendia cloroquina em 'kit covid'; remédio é ineficaz no combate à doença Imagem: Reprodução/NBC

Do UOL, em São Paulo

18/07/2021 18h16Atualizada em 18/07/2021 23h03

Um médico nos Estados Unidos acusado de comercializar uma "cura milagrosa" para a covid-19 se confessou culpado em um tribunal federal. Jennings Ryan Staley, de 46 anos, teria contrabandeado hidroxicloroquina para o país para comercializá-la em um "kit covid". Já foi comprovado que o medicamento é ineficaz no combate à doença.

Em sua confissão, Staley ainda admitiu que abusou da sua posição de confiança como médico ao fazer "afirmações extremas". Ele também confessou que mentiu para o FBI quando foi confrontado sobre o assunto. Ele atendia em uma clínica especializada em estética em San Diego.

De acordo com o Departamento de Justiça dos EUA, Staley trabalhou com um fornecedor para tentar levar de maneira ilegal o medicamento, rotulando-o erroneamente como "extrato de inhame". Ele admitiu que pretendia vender o pó de hidroxocloroquina em cápsulas como parte do seu empreendimento.

Os kits foram vendidos entre março e abril de 2020. Ele descreveu seus produtos como uma cura "cem por cento", uma "bala mágica", uma "arma incrível" e "quase bom demais para ser verdade", e afirmou que eles forneceriam pelo menos seis semanas de imunidade.

Um agente disfarçado chegou a comprar seis pacotes do tratamento de Staley pelo valor de US$ 4 mil (cerca de R$ 20,5 mil na cotação atual).

"Enquanto os profissionais de saúde em todo o mundo trabalhavam dedicadamente na linha de frente de uma pandemia, este médico usou sua posição de confiança para lucrar com os medos da covid-19", disse o procurador em exercício dos EUA Randy Grossman.

"Estamos comprometidos em proteger o povo americano de tais golpes e responsabilizar os golpistas", completou.

Caso seja condenado, a pena de Staley pode chegar a 20 anos de prisão. A próxima audiência do acusado será no dia 8 de outubro.