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Covid: Hospital nega transplante de rim a paciente e doadora não vacinadas

Leilani e Jaimee se conheceram num grupo de estudos bíblicos e não se vacinaram contra a covid-19 - Reprodução/Denver7
Leilani e Jaimee se conheceram num grupo de estudos bíblicos e não se vacinaram contra a covid-19 Imagem: Reprodução/Denver7

Colaboração para o UOL, em Santos

07/10/2021 13h46

Uma mulher que mora no Colorado, nos EUA, e que sofre de insuficiência renal em estágio crítico, teve o transplante de rim negado porque ela e sua doadora em potencial não foram vacinadas contra a covid-19.

O hospital da Universidade do Colorado (UCHealth) enviou uma carta para Leilani Lutali, de 56 anos, que deveria receber um rim de Jaimee Fougner, de 45, informando que o procedimento não poderia ser feito até que ambas as mulheres fossem vacinadas contra a doença.

"Eu me sinto coagida. Sinto que minha vida está nas mãos deles em troca de uma vacina", disse Leilani ao Denver7.

"Aqui estou, disposta a ser uma doadora direta para ela. Isso não afeta nenhum outro paciente na lista de transplantes. Como posso sentar aqui e permitir que eles matem minha amiga se tenho um rim perfeitamente bom e posso salvar a vida dela?", declarou Jaimee à CBS.

De acordo com a UCHealth, localizada em Aurora, a maioria dos receptores de transplantes e doadores vivos agora precisam ser vacinados para evitar a rejeição de órgãos.

As mulheres se conheceram no final do ano passado, em um grupo de estudos da Bíblia. Alguns meses depois, Jaimee tomou a decisão de doar seu rim para a amiga doente.

Dúvidas e religião

A doadora disse que não tomou a vacina por motivos religiosos, e Leilani não tomou a vacina porque ela diz que ainda tem muitas dúvidas sobre o imunizante. As mulheres afirmam que não foram informadas sobre a política do hospital até que fosse tarde demais.

"No final de agosto, eles confirmaram que não havia necessidade da vacinação naquela época", disse Leilani, que só foi informada do contrário em 28 de setembro. A amiga soube que existe essa política em torno da vacina tanto para o doador quanto para o receptor.

Na carta enviada à paciente, o hospital informou que ela seria colocada em uma lista de espera por "não estar em conformidade por não ter recebido a vacina contra a covid'-19". O hospital deu 30 dias para que ela se vacinasse, sob pena de ser retirada da lista.

"Eu disse que vou ter que assinar um termo médico. Tenho que assinar o termo de qualquer maneira para fazer o transplante, liberando-os de qualquer coisa que possa dar errado", afirmou Leilani.

"É uma cirurgia, é invasiva. Eu assino um termo de responsabilidade pela minha vida. Não sei por que não posso assinar um termo de renúncia para a vacina", adicionou ela.

Taxa de mortalidade mais alta

O porta-voz do UCHealth, Dan Weaver, disse que o hospital não comentaria sobre nenhum caso específico, mas disse que era comum que pacientes transplantados fossem solicitados a atender a determinadas condições antes, durante e após a cirurgia.

Weaver acrescentou que os pacientes transplantados que não foram vacinados contra a covid enfrentam uma taxa de mortalidade de 20% a 30% mais alta.

"Se os pacientes forem infectados, eles correm um risco particularmente alto de doenças graves, hospitalização e morte", disse o porta-voz. 'Um doador vivo poderia transmitir a infecção por covid-19 a um receptor de órgão, mesmo que o teste inicial fosse negativo para a doença, colocando em risco a vida do paciente".