Mensagens falsas pelo WhatsApp aumentaram pânico em Barcelona após atentados

Oriol Güell

  • Sergio Perez/ Reuters

    Polícia procura por pistas em local onde uma van atropelou pedestres nas Ramblas, em Barcelona

    Polícia procura por pistas em local onde uma van atropelou pedestres nas Ramblas, em Barcelona

Havia passado pouco mais de uma hora após o atentado e o centro de Barcelona estava mergulhado no caos. Os serviços de emergência contavam os mortos na Rambla e evacuavam dezenas de feridos para os hospitais. A Operação Jaula, com o metrô fechado e muitas ruas bloqueadas, tinha deixado milhares de pessoas vagando pelas ruelas da Cidade Velha. Os rumores provocaram momentos de pânico, em que centenas de pessoas saíram em correria, fugindo de perigos imaginários.

Nesses momentos, milhares de pessoas deram o melhor de si. Centenas foram aos hospitais para doar sangue. Os taxistas faziam corridas grátis para tirar pessoas do centro da cidade. Nas redes sociais, muitos moradores de Barcelona ofereceram suas residências para receber os que precisavam de um teto. E com as vias de circulação fechadas dezenas de moradores desceram de seus apartamentos com garrafas de água e comida para ajudar os que estavam presos nos carros.

Mas nesses momentos também houve outros que se esforçaram para piorar as coisas. Pessoas que em sua casa ou no trabalho gravaram mensagens de voz anunciando novas chacinas e perigos que supostamente ocorriam em outras partes da cidade. As gravações começaram a percorrer as redes sociais, especialmente o WhatsApp. Para dar maior credibilidade às mentiras, as gravações se faziam passar por testemunhos ao vivo. Outras mencionavam supostos contatos confiáveis no governo.

Em meio à incerteza, pensando que estariam ajudando parentes e amigos a evitar o perigo, muitas pessoas divulgaram os boatos. O resultado foi contribuir para aumentar o medo e a tensão na tarde mais trágica de Barcelona em décadas.

Em uma dessas gravações, uma garota afirma que "estão atropelando pessoas no Arco do Triunfo". Em outra, uma mulher declara que um homem está matando gente "com metralhadora". "Cuidado, também não vá ao Paralelo."

Em uma terceira gravação, um homem que afirma ter bons contatos na Prefeitura e nos serviços de emergência garante que "há várias bombas por toda Barcelona".

Aplausos e silêncio: como Barcelona reagiu no dia seguinte ao atentado

Tradutor: Luiz Roberto Mendes Gonçalves

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