Arrecadação supera a de bebidas, e Colorado tem dia sem impostos sobre maconha

Corine Lesnes

  • Brennan Linsley/AP

    Clientes compram maconha em loja autorizada no Colorado (EUA)

    Clientes compram maconha em loja autorizada no Colorado (EUA)

Os defensores da legalização da maconha no Estado do Colorado (EUA) estão comemorando. Eles, que há anos vinham pleiteando que a maconha fosse equiparada ao álcool, viram que sua teoria estava certa. Pela primeira vez a maconha rendeu ao fisco mais do que o álcool em um Estado americano, e com um faturamento de US$ 540 milhões (R$ 2,15 bilhões) em sete meses, o "ouro verde" do Colorado chegou a superar as previsões de receitas tributárias.

Essa situação levou esse Estado a organizar um dia de isenção fiscal, que na verdade atende a uma necessidade tão contábil quanto política. Em 1992, quando houve uma ofensiva dos libertários para reduzir o tamanho do funcionalismo, determinou-se que todo excedente de receitas não previsto no orçamento deveria ser redistribuído aos cidadãos: uma lei implacável, inscrita na Constituição do Estado e que inspirou todo o resto do país.

Então seria necessário redistribuir, e o Estado perdeu nisso cerca de US$ 4 milhões, mas os fãs de cannabis aproveitaram. Em um ano, o Tesouro Público do Colorado embolsou US$ 70 milhões em impostos sobre a venda de maconha, contra US$ 42 milhões sobre o álcool. É claro, a droga tem um imposto maior (25%), mas um marco foi atingido: os baseados estão rendendo mais ao Estado do que cervejas e margaritas.

Filas de espera em frente às 'pot shops'

No dia 16 de setembro, os fumantes do Colorado – um dos quatro Estados onde a maconha tem a venda liberada – tiveram direito a um tratamento excepcional: preços sem taxas sobre a maconha e os produtos derivados (cookies, infusões...). Durante um dia, o imposto sobre a cannabis foi suspenso (mas não o imposto sobre o consumo) pelo departamento que monitora a aplicação das regulamentações às quais estão sujeitos os varejistas, como proibição de venda a menores, identificação obrigatória e compra máxima de uma onça (28 gramas) por habitante. Isso dá uma economia de aproximadamente US$ 20 por onça de cannabis, que custa em média US$ 200.

Nesse Estado onde 428 lojas abriram em nove meses, filas de espera têm se formado em frente às "pot shops". Os lojistas aproveitaram para fazer promoções, e os produtores se apressaram para entregar todos seus estoques e se beneficiar de uma isenção fiscal sobre as vendas por atacado (15%). "Fico imaginando o que deve parecer para quem vê de fora," contou um desses empreendedores da erva ao "New York Times". "Eles devem pensar que estamos loucos." O rapper Snoop Dogg elogiou o Colorado em um vídeo e lhe desejou um "feliz dia sem impostos".

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